2016 vai ser um ano interessantíssimo. Começa, desde logo, com a eleição do mais alto magistrado da nação, numa disputa inédita de dez candidaturas a que Pacheco Pereira chamou, e bem, “eleições atípicas”.
Em finais de março, o CDS/PP “despede-se” de Paulo Portas ficando este representado por interposta pessoa, pois todos os putativos candidatos são assumidamente “portaristas”, onde a oposição protagonizada por Anacoreta Correia não irá ter a mínima hipótese de liderar a direita.
Em março, o PSD realiza as diretas e nos dias 1, 2 e 3 de abril irá ter lugar o congresso marcado, ainda, pela liderança e estratégia de Passos, Marco António e Cª, isto é, se até lá as críticas ao líder não começarem a subir de tom. Passos quer regressar ao poder, mas em política sabe-se muito bem que tudo aquilo que parece, é, como também se sabe que a mesma água não passa duas vezes por baixo da mesma ponte. Dir-me-ão que a história pode muito bem repetir-se, tal qual como Mário Soares em 78, com regresso posterior em 83. Pois bem, nem Passos é Soares e isso aconteceu já lá vão 33 longos anos.
O PS, por seu turno, realiza a sua reunião magna nos dias 4 e 5 de junho. Aqui temos de centrar todas as objetivas no líder António Costa e naquele percurso que se inicia com a conquista do poder no seio do PS, seguindo-se toda a trajetória que bem conhecemos, conseguindo inclusive marcar pontos e influenciar as eleições em Espanha, onde o pior primeiro-ministro da Europa ainda anda completamente às aranhas e nem sequer sabe se continuará como líder do governo ou irá, tal qual, Passos, para a oposição.
Costa, independentemente do Presidente da República que vier a ser eleito, tudo fará para manter intacta a base parlamentar, escolhendo o timing ideal para haver eleições legislativas e nem os elogios aparvalhados, com argumentos algo cretinos de Francisco Assis a Passos e à direita, moverá Costa da ação onde o “adoçar o bico” e a entrega do “Danoninho” irão ser políticas a executar e desta forma tornar-se-ão fatores importantes e determinantes.
Mais à esquerda o PC marcará o seu congresso para os dias 2,3 e 4 de dezembro onde a novidade será, apenas e tão só, Jerónimo a suceder a Jerónimo, apoiando no Parlamento, se ainda for caso disso, o governo de Costa, contestando na rua, juntamente com a CGTP, uma série de medidas que ao longo do ano o governo vai ter de tomar.
O Bloco deverá também marcar a sua Convenção Nacional para finais de 2016 ou princípios de 2017 num esquema calculado que visa estar permanentemente atento ao que o governo vai fazendo, tipo “comum olho no burro, outro na couve”, pois pelo sim pelo não, “não vá o diabo tecê-las”.
O ano de 2016 estará recheado de muitas histórias. Iremos ter novos protagonistas, como iremos ver outros a arrastarem-se, que em final de ciclo, não quiseram entender que o mundo pula e avança e que atrás de tempo, tempo vem, seguindo o eterno principio “os homens vão, as instituições ficam” para perceber, em definitivo, que jamais haverá gente insubstituível.
2016 será tudo isto, mas algo me diz que será um ano de grandes surpresas.
A começar pela eleição, ainda este mês do PR, para verificarmos se em dezembro, Carlos Costa ainda é governador do Banco de Portugal, Passos, ainda é líder do PSD e Costa ainda é primeiro-ministro.
Vai ser um ano interessante. Lá isso vai…
Por: Albino Bárbara