Sempre que chegamos a esta altura fazemos o balanço do ano que termina e projetamos aquilo que queremos fazer no próximo.
A Guarda não foge à regra e também faz o balanço do ano que agora termina percebendo que as coisas estão diferentes, que há mais festas, mais animação, as pessoas têm a perceção de que há mais dinâmica e que as coisas funcionam melhor. Podemos dizer que a Guarda vive num estado de euforia irreal potenciado por campanhas em vários meios de comunicação social nacionais.
Quem, hoje, ouvir alguém da Guarda falar parece que esta é uma cidade de pleno emprego em que as empresas se fixam por aqui todos os dias, que os jovens já não precisam de emigrar, que as nossas aldeias estão cada vez melhor, o IMI é cada vez menor assim como o preço da água.
Mas a que preço?
Durante o ano que agora termina fomos ouvindo o Sr. presidente da Câmara Municipal justificar muito do investimento em função dos apoios que iria conseguir, nomeadamente, através dos fundos comunitários, no entanto a realidade foi bem diferente, como ficou provado na revisão orçamental apresentada na última Assembleia Municipal.
O orçamento que foi apresentado para 2014 era de 38.420.017.00 euros. O executivo da Câmara propôs corrigir o orçamento em praticamente 10% ou seja 3.448.850.00 euros. Convenhamos que não é muito habitual rever o orçamento de 2014 a 18 de dezembro e ainda menos habitual ser feito na mesma reunião em que se aprova o orçamento para o ano de 2015.
Olhando para os números apresentados facilmente se percebe que muitas previsões falharam, seja no valor a receber da administração central, seja pelas receitas correntes e, em especial, pelo valor esperado receber por projetos cofinanciados, leia-se projetos apoiados financeiramente pelo estado, esse valor estava completamente desajustado pois dos 2.482.320.00 euros previstos apenas se recebeu 1.092.030.00 euros. A agravar a situação o facto de em abril se ter feito uma primeira revisão orçamental onde se reforçavam essas contas, ou seja, dizia o executivo camarário que previa receber mais dinheiro de comparticipações.
Ficamos assim sem saber que dinheiro deixou a Câmara de receber.
Mas mais grave é olharmos para o orçamento que nos é apresentado para 2015 e percebermos que os maiores investimentos previstos continuam centrados na realização de eventos, deixando para segundo plano qualquer investimento em áreas estruturantes que contribuam para a fixação de mais empresas na Guarda.
2015 vai ser um ano importante, um ano em que todos devemos assumir as nossas responsabilidades e não nos podemos colocar à margem. Temos que ser mais participativos e exigir que a voz de cada um seja tida em conta. Nas eleições legislativas de 2015 teremos de mostrar que nos importamos com o nosso país, que o futuro de cada um depende dele. Não quero fazer a partir daqui qualquer apelo ao voto no Partido Socialista, quero, sim, nesta altura, alertar para a responsabilidade de cada um em ir votar e mostrar, através do sufrágio a sua vontade.
Desejo a todos um feliz Natal e um excelente ano de 2015!
Por: João Pedro Borges
* Presidente da concelhia da Guarda do PS