Assinala-se no sábado o 125º aniversário da conclusão da construção da linha ferroviária do Douro, com a abertura do troço entre La Fuente de San Esteban (Salamanca) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo).
A associação espanhola Tod@via, que luta pela reativação da via, não esqueceu esse acontecimento histórico e escolheu a ponte internacional sobre o Águeda para recordar uma ferrovia que, em tempos, permitiu ligar o Porto a Salamanca. A iniciativa, repartida entre a aldeia portuguesa de Barca d’Alva e o cais fluvial de Vega Terrón, inclui um “beijo” entre duas máquinas vindas de ambos os lados da fronteira, a projeção de um documentário sobre as últimas viagens de comboios nesta linha e animação. A organização apela aos interessados que compareçam trajados à época para dar mais realismo aos festejos, que têm início pelas 11h30. A iniciativa é mais uma oportunidade para divulgar junto da opinião pública portuguesa e espanhola a importância da recuperação e valorização da linha que liga La Fuente de San Esteban (Espanha) a Barca d’Alva e ao Pocinho (Vila Nova de Foz Côa).
A construção desta ferrovia, que segue pelas devesas do campo na província de Salamanca e entra em Portugal junto ao Douro, foi iniciada em 1883, inaugurada em 1887 e encerrada há cerca de 25 anos. Do lado espanhol, o troço até Boadilla fechou em 1985, enquanto em Portugal os comboios deixaram de circular até Barca d’Alva dois anos depois, data em que fechou portas a estação local. A partir daí, a linha termina no Pocinho. Considerada «um exemplo de engenharia civil único», o Ministério da Cultura espanhol classificou-a como Bem de Interesse Cultural, com a categoria de monumento. Um passo que está longe de ser dado no nosso país, onde a linha foi esquecida pela REFER, apesar de, em 2009, ter sido assinado um acordo para a reabilitação do troço entre o Pocinho e Barca d’Alva.
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