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Brinquedos com produtos químicos proibidos

A decisão foi muito aplaudida pelos ambientalistas

O Parlamento Europeu (PE) decidiu, terça-feira, proibir definitivamente a utilização em brinquedos plásticos de seis ftalatos, produtos químicos já proibidos em Portugal e que podem ter efeitos cancerígenos. De resto, uma medida aplaudida pelos ambientalistas.

Dos quais três dos produtos químicos (DEHP, DBP, BBP) foram interditados em qualquer brinquedo ou objecto de puericultura, enquanto os outros (DINP, DIDP, DNOP) foram proibidos em qualquer produto do mesmo tipo que possa ser metido na boca, mesmo se não for essa a sua finalidade. As interdições aplicam-se a brinquedos para qualquer idade, enquanto uma proibição temporária aplicada em 1999 apontava apenas para brinquedos destinados a crianças com menos de três anos. Segundo a associação portuguesa de consumidores DECO, os ftalatos já são proibidos em Portugal, mas num estudo realizado em Dezembro de 2004 a associação encontrou esses e outros químicos proibidos em oito produtos à venda no país. Esses produtos, que se libertam quando uma criança leva o brinquedo à boca, «podem prejudicar os rins e provocar danos nos testículos, acumulando-se no fígado ao longo da vida, uma vez que não são eliminados pelo organismo», informou a DECO à Lusa.

Também a associação ambientalista Greenpeace reagiu à decisão do PE afirmando que os brinquedos de plástico à venda na Europa «serão mais seguros», mas ressalvou que é preciso «uma lei muito mais forte e global» na regulação de produtos químicos. A Greenpeace apontou igualmente a «amarga batalha» que foi preciso travar «durante oito anos» (desde que denunciou a toxicidade dos brinquedos) com a indústria química e os fabricantes de brinquedos. «Já não é aceitável que os brinquedos contenham substâncias químicas tóxicas. A nossa acção em relação aos ftalatos mostra que, quando é identificado um risco, a União Europeia pode agir eficazmente para proteger a saúde das suas crianças», disse o comissário europeu da Saúde e Protecção dos Consumidores, Markos Kyprianou.

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