Região

Beira Interior exportou mais 9,3 por cento de vinho

Escrito por Jornal O INTERIOR

Cerca de um milhão de garrafas foram vendidas no ano passado para os mercados brasileiro e norte-americano, que já são os maiores destinos dos vinhos da região

As exportações dos vinhos da Beira Interior tiveram, no ano passado, um comportamento muito positivo, registando uma subida assinalável de 9,3 por cento relativamente a 2019. «É um aumento notável tendo em conta o ano em questão», considera o presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI).

Com cerca de um milhão de garrafas exportadas em 2020, o Brasil e os Estados Unidos são atualmente os dois maiores mercados para os vinhos da região. Segundo Rodolfo Queirós, as vendas da Beira Interior cresceram 5,1 por cento, mas este é um dado que esconde várias realidades do setor: «Quem estava na exportação e nas grandes superfícies conseguiu aguentar-se, ao passo que a maior parte dos pequenos e médios produtores, muito expostos ao canal HORECA dirigido à restauração e hotelaria, tiveram – e estão a ter – quebras muito significativas nas vendas», alerta o responsável, que receia que 2021 seja «ainda pior» do que o anterior. «Uma das razões da abertura da nossa loja online foi também tentar – e sobretudo – dar um sinal aos produtores que este nosso pequeno contributo lhes trará algum ânimo para os tempos muito difíceis que atravessamos», espera o presidente da CVRBI.

Pandemia à parte, Rodolfo Queirós quer arrancar «assim que possível» com a segunda edição do concurso gastronómico Beira Interior Gourmet. E para repetir o sucesso da primeira edição espera ter mais restaurantes a participar, contribuindo também para ajudar um setor «tão importante e estratégico» na região. A CVRBI tem ainda planeadas visitas à Beira Interior de importadores da Alemanha, Holanda e Reino Unido, dado não haver feiras e outros eventos promocionais. «O objetivo é aumentarmos a nossa presença nesses mercados tão importantes. Já para outubro, se a pandemia o permitir, participaremos na Prowine Brasil, mercado que é atualmente o mais importante em termos de exportação», adianta o responsável.

A Comissão vai também continuar a apostar no reforço da Rota dos Vinhos da Beira Interior, desafiando outros municípios a aderir. «Já temos parcerias com vários restaurantes e iremos tentar estabelecer acordos com unidades de turismo rural, hotéis, etc. Muito em breve será anunciada uma pós-graduação em Enoturismo, numa parceria com o IPG, para capacitar mais recursos humanos na região num setor que será seguramente um dos que mais crescerá nos próximos anos», revela Rodolfo Queirós, que apela «a quem gosta da Beira Interior» que ajude o setor comprando os vinhos dos mais de 5.000 viticultores da região.

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos a 2020, verificou-se um aumento não só no volume de exportações de vinhos portugueses (5,3 por cento), mas também no valor (3,2 por cento), com um resultado de 846 milhões de euros, mais 26 milhões de euros do que no anterior. Para este resultado, a contribuição mais significativa foi registada nos mercados do Brasil, França, EUA, Reino Unido e Canadá, que estão assim no top 5 dos mercados mais importantes.

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