No centro! Moderado! Entre o centro-esquerda e o centro-direita.
«Em quem vota alguém assim? Nas presidenciais, em Marcelo Rebelo de Sousa. Em legislativas, os cada vez mais escassos fiéis votarão no PSD e a maioria, desconfio, votará no PS. E fazem muito bem. Desde logo porque os partidos de direita, os novos e os antigos, não estão interessados em cortejar este eleitorado centrista e moderado». Esta é a conclusão de Maria João Marques, no Público desta quarta-feira https://www.publico.pt/2021/02/10/opiniao/opiniao/direita-cacos-1949985
E é a mais razoável das conclusões para qualquer pessoa moderada que medite sobre o destino do seu voto.
Como refere a economista, pessoas que não têm preconceitos contra lucros de empresas em atividades legais, que defendem a livre iniciativa e a concorrência, que escolhem a o mercado regulado mas sem a intromissão do Estado, e que este existe para servir o cidadão e não o cidadão a servir o Estado; que combatem a desigualdade e defendem a igualdade de oportunidades, que têm sentido humanista e defendem políticas inclusivas e de combate à pobreza; que reconhecem a urgência das alterações climáticas e defendem o meio ambiente; que não aceitam o capitalismo selvagem e defendem o mercado livre, regulado e regulamentado; que apoiam a iniciativa privada, que aceitam a livre escolha na educação e na saúde (e convivem bem com o lucro que as empresas possam ter mesmo na educação e na saúde); que assumem a necessidade de haver equilíbrio social, com imposto diferentes de acordo com os rendimentos; que são conservadores na segurança e querem uma justiça célere; que defendem a liberdade de expressão e a liberdade de credo; que convivem bem com os costumes e respeitam a moral dos outros, sem arcaísmos e conservadorismos bacocos e bolorentos; que pugnam pela modernidade da sociedade, pelo progresso e devir social.
Ser do centro, ser moderado, não confiar nos novos partidos, não ser lírico nem acreditar «nos amanhãs que cantam», gostar de usufruir de bens culturais e de novos estilos de vida num mundo global, não comungar das ideias extremistas, radicais e xenófobas é acreditar no futuro e numa comunidade melhor. Até lá, entre a o centro-esquerda e o centro-direita, sem saber em quem votar… Por falta de ideias, de opções, de lideranças. Até lá, o governo do PS, mesmo falhando no combate à pandemia, na gestão dos novos paradigmas, na coesão territorial, na integração europeia ou no investimento na saúde e na educação, tem o caminho aberto para continuar a governar. Basta, mesmo, não descarrilar nas contas públicas.