1 – Utilizando CTH – consulta a tempo e horas – um mecanismo de que alguns concelhos gozam, e outros não, que privilegiam algumas comunidades em detrimento das vizinhas, permitindo que médicos de família derivem para hospitais concelhios e normalmente de IPSS, as patologias que se acumulam em hospitais distritais. Estas pessoas, no fundo, esquivam-se do sistema de listas de inscritos para cirurgia – o SIGIC. Gozam desta sorte, por exemplo, Mealhada, Anadia, Oliveira do Hospital, Seia, apesar do povo por vezes não estar satisfeito – nunca está, até perder a regalia! Se derivassem mais concelhos para este método usando instituições como o Hospital da Compaixão, o Hospital de Cantanhede, o Hospital Militar, reduzíamos as listas de espera que estão a crescer com o encerramento dos Covões e a diminuição de atividade dos outros. Débil ARS, a nossa!
2 – Se a rede de cuidados continuados tivesse requisitado algumas das suas múltiplas unidades de maior dimensão, como Tábua, Fernão de Magalhães, Montepio Geral, para responder aos sintomáticos de Covid que careciam de maior apoio, tínhamos um investimento do Estado que, por maioria de razão, pouparia a afluência de idosos infetados dos múltiplos lares para unidades como Leiria, Viseu, Aveiro, Guarda e Covões, que estão pelas costuras, levando à rotura de internamentos do CHUC, polo HUC. Também seria necessário agilizar as regras da dita rede para melhorar a performance do sistema, se necessário revendo critérios e aferindo socialmente as indicações. Também teria sido oportunidade para um Conselho de Ética definir limites ao encarniçamento terapêutico, que obriga muitos a estarem vivos. Franzina direção de rede, a nossa!
3 – Se tivéssemos externalizado serviços e pessoas dos CHUC, ou do hospital da Guarda, para o Militar, para Cantanhede, para o Rovisco Pais, para Seia, para a rede de cuidados continuados, podíamos manter inúmera atividade ambulatória, usando recursos das instituições recetoras acrescidas das mais valias lá postas a cumprir tarefas. Preferiram inutilizar horários, reduzir funções, incapacitar dezenas de médicos. Podíamos abrir mais consultas aos que estão sem funções cirúrgicas acabando com a lista de Alert P1 (credencial usada pelo médico de família para referenciar para especialidades).
4 – Podíamos aceitar, desde outubro de 2020, sem drama, que infetados assintomáticos não são um perigo para a sociedade. Podíamos aceitar que mais de 90% dos infetados são assintomáticos ou ligeiramente doentes. Podíamos perceber que jovens saudáveis (por exemplo os futebolistas profissionais) não ficam gravemente doentes com Covid 19 após milhares de testes realizados. Ou seja, temos de concluir alguma coisa depois de aferir resultados de decisões tomadas – a dinâmica da vida assim obriga. Débil DGS, a nossa!
5 – Construir uma equipa bem remunerada, com incentivos diversos de ex-doentes de Covid que são técnicos de saúde para tratar doentes sem uso de EPI – a imunidade existe ou não? Esta aposta tem um risco absolutamente controlado, mas tem uma humanização de cuidados que faria toda a diferença. Em rigor histórico, o que é normal é existir imunidade celular estabelecida em quem esteve doente e se curou. As reinfeções cheiram a falsos diagnósticos, a testes errados, ou outra falha qualquer do sistema. Não estamos perante o vírus da sida. O dinheiro que escorre na hemorragia TAP ajudava aqui. Fraco Ministério da Saúde, o nosso!