O Bispo da Guarda transmitiu a habitual mensagem de Natal na passada sexta-feira e, à margem, manifestou-se preocupado com o aumento da procura de produtos de primeira necessidade pelas famílias na região.
D. Manuel Felício disse-se mesmo alarmado com o «crescimento exponencial» destes pedidos de ajuda devido à pandemia e à crise económica e social que desencadeou que deixou muitas famílias sem sustento. «Na Covilhã cresceu para um expoente de três vezes mais a procura de alimentos de primeira necessidade», revelou o bispo, adiantando que na Cáritas da Guarda os pedidos de ajuda subiram para «mais do dobro, nomeadamente a procura de produtos de primeira necessidade, especialmente alimentação e vestuário». Apesar das crescentes carências das famílias, D. Manuel admitiu ter ficado «mais tranquilo» ao saber que as pessoas têm sido muito solidárias e, «felizmente, a generosidade tem respondido a esta necessidade». Contudo, o prelado apelou a que «todos sintamos este drama social» e que a sociedade tenha «capacidade de partilhar o muito ou pouco que tem» de forma a ajudar o próximo.
Quanto às celebrações da tradicional Missa do Galo na noite da Consoada, o bispo guardense afirmou que «se irá realizar certamente», mas com os cuidados que a situação pandémica exige. Nesse sentido, anunciou que irá apelar às paróquias para que antecipem a hora devido às restrições impostas para a época festiva. O facto de o Governo não ter estabelecido um número máximo de pessoas para a Consoada, «a conferência episcopal recomendou todas as cautelas e mais algumas, porque agora há o perigo das pessoas serem mais facilitadoras» e por isso há a garantia de «iremos com as cautelas todas fazer normalmente aquilo que acontecia», sublinhou na ocasião D. Manuel.