«Uma noite destas passou cá o futuro». Escreveu-o Fidélia Pissarra em papel deste Jornal, algures numa edição lembrando, atiro, esse dois mil em que nasceu esta vontade. Continuo a lê-lo, mais além. «Somos, enfim, quem sempre quisemos ser», disse-o, nesse «labirinto da saudade» o nosso homem de São Pedro do Rio Seco. E apesar dos muitos passos, ainda novos de 20 anos, «se calhar é verdade», mesmo que confinados a dificuldades e freios, cabrestos e máscaras.
Não são quotidianos fáceis, estes, os da Imprensa. Menos ainda os da liberdade, «rota indecifrável à beira das palavras». Fico-me no semanário com fio de navalha, histórias e factos, ouvindo, contraditando e contando. Em letra de forma vertida a tinta, que nos deixa, como escreveu a Maria Afonso, que cito acima, «o que prevalece, irremediável e fiel». O INTERIOR é esse jornal, imperturbável em noticiar este lado do país, onde tudo é mais prodigioso e espantoso. E difícil. Existência ano tada e relatada neste jornal feito livro, tomado por quem afasta sina e corre prolífica Beira, municiado com verbo e assento. E albarda para percorrer outros tantos lustros com o mesmo alvedrio. A defesa intransigente da imprensa e do jornalismo. E do Interior. Que foi nome e volição. Sim. Volição sem olvidar humildade e gratidão, como mo ensinou, e todos os dias me lembra, a Anita. Por hoje também efusivo com a ousadia da proeza. Humilde e grato. Livre e com memória. Jamais calado.
* Jornalista