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Camiões entopem Vilar Formoso

Situação repete-se todos anos na segunda-feira a seguir à Páscoa devido à interdição de circulação de pesados em Espanha

O cenário repete-se todos os anos em Vilar Formoso. Centenas de camiões ficaram segunda-feira retidos na fronteira até ao levantamento da proibição de circulação destes veículos nas estradas espanholas devido à quadra pascal, que vigora entre Quinta-feira Santa e o início da noite de segunda-feira a seguir à Páscoa.

O que só veio a acontecer às 21 horas (22 em Espanha), permitindo o escoamento de uma vagarosa caravana de pesados. Os camiões começaram a rolar faseadamente e sob vigilância da Brigada de Trânsito e da Guardia Civil. A saída de pesados de Portugal em direcção a Espanha fez-se em grupos de cerca de duas dezenas de viaturas, em intervalos de cinco minutos para evitar congestionamentos nas estradas e nos parques espanhóis, adiantou o comandante da GNR de Vilar Formoso, tenente João Marques. Contudo, cerca da uma da manhã, a circulação ainda não estava normalizada naquela zona. A localidade viveu um dia caótico. Todos os lugares de estacionamento foram poucos. As autoridades estimam terem estado parados perto de um milhar de camiões, proporcionando um autêntico engarrafamento na berma dos últimos quilómetros da EN16, nos parques de Vilar Formoso, Alto de Leomil, Pínzio e noutras áreas de estacionamento disponibilizadas por postos de combustíveis e restaurantes. É que o parque da vila fronteiriça só dispõe de 200 lugares e esgotou ao princípio da tarde.

Como sempre, a situação ficou a dever-se ao desrespeito por parte dos motoristas e das empresas de transportes de mercadorias dos avisos feitos pelas autoridades espanholas e portuguesas nas áreas de serviço, bem como junto da ANTRAM. Mas, mais uma vez, parece não ter valido de nada a divulgação antecipada das restrições. Vítor Pereira, dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes Rodoviários e Urbanos (FESTRU), responsabilizou as empresas de camionagem por esta situação: “São elas que devem informar os seus motoristas sobre este tipo de situações”, acusou. Em 2003, cerca de três mil pesados tiveram que cumprir este compasso de espera na berma do antigo IP5 formando uma fila que ultrapassou a ponte sobre o rio Côa, a mais de dez quilómetros de Vilar Formoso.

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