O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) alertou terça-feira para a possibilidade da explosão ocorrida segunda-feira nas instalações da PSP de Viseu poder repetir-se noutros pontos do país caso a tutela não tome medidas. Em declarações aos jornalistas junto ao edifício sede do comando de Viseu, onde se deu a explosão que matou o comandante da esquadra local e a mulher, Alberto Torres criticou a falta de condições dos profissionais, nomeadamente dos que lidam com explosivos. A causa da explosão terá sido a ignição de onze quilos de pólvora que se encontravam no gabinete de trabalho da equipa de inactivação de explosivos da PSP viseense, depois de terem sido apreendidos em Lamego. «Esta tragédia pode repetir-se noutros locais do país, porque as condições são exactamente as mesmas que existem noutros comandos de polícia» avisou. Segundo Alberto Torres, a PSP «não tem locais especiais para a colocação de explosivos nem em Viseu, nem em qualquer outro local do país». Por isso, considera que, a apurar-se uma eventual negligência, esta será «da tutela da PSP». «(A negligência) não pode ser imputada nem aos agentes, nem aos sub-chefes – porque (a tutela da PSP) não criou as condições para que estes materiais fossem guardados num lugar seguro», frisou. Na sua opinião, o caso de Viseu veio comprovar que «dentro dos departamentos de polícia pode, de um momento para o outro, acontecer uma tragédia». Alberto Torres considera que o caso de Viseu deve «levar todos a reflectir sobre o que se passa na PSP», lembrando que só no último mês e meio tenham morrido quatro profissionais «em situações dramáticas».