Destituído da vice-presidência da autarquia e relegado a vereador sem pelouros em março, Sérgio Costa é o novo presidente da concelhia social-democrata e vai ter uma palavra a dizer sobre a escolha do candidato à Câmara em 2021. No sábado, o líder recém-eleito fez questão de associar Carlos Chaves Monteiro à derrota de Júlio Santos após registar que o presidente do município esteve «grande parte da tarde» com o seu adversário.
«Não quero dizer que ele sai derrotado desta eleição, mas de facto os militantes votaram maioritariamente na lista G e deram um sinal», atirou Sérgio Costa, sugerindo que «cada um tire as ilações que quiser». Indireta à parte, o sucessor de Tiago Gonçalves, que era um dos proponentes da sua candidatura, promete trabalhar «com todos e para todos» e defender «o projeto político votado de forma clara e inequívoca em 2013 e 2017» para a Câmara da Guarda. «Esse é o nosso trabalho e prioridade a partir de agora, tudo o resto é extemporâneo. O momento é de arregaçar as mangas e trabalhar em prol da Guarda e do PSD», disse o vencedor de uma das eleições mais participadas – votaram 389 dos 431 militantes inscritos –para a comissão política concelhia com 239 votos contra 145 de Júlio Santos. Houve ainda cinco votos nulos. A lista G também ganhou para a mesa do plenário de secção, com Pedro Nobre a conseguir 243 votos, mais 106 que Ester Amorim, tendo-se registado três votos nulos e quatro brancos.
«São resultados inequívocos», sublinhou Sérgio Costa, apelidando de «maioria quase absoluta» o facto de quase dois terços dos militantes em condições de votar terem escolhido a sua lista. Na sua opinião, os sociais-democratas também escolheram «o caminho que querem para o partido na Guarda nos próximos dois anos» e que será o de garantir que «o projeto político iniciado em 2013 nunca seja colocado em causa, seja levado até ao fim e possa perdurar nos próximos anos». Para tal, o líder concelhio compromete-se a manter uma «relação institucional» com o presidente da Câmara e pouco mais. Sobre as autárquicas, Sérgio Costa repetiu o que tem dito, que é «muito cedo» para falar do assunto e que o candidato será escolhido «em uníssono» pela concelhia, distrital e comissão política nacional. «Naturalmente que o candidato ou a candidata será sempre aquele que estiver em melhores condições para avançar, são estas as regras. Eu nem estou mais próximo, nem mais longe, de o ser», ressalvou.
Por sua vez, Júlio Santos, que abandonou a sede social-democrata pouco depois de conhecer os resultados, lamentou ter havido nestas eleições «autênticos sindicatos de votos». «Nós não alinhamos em esquemas. Houve “máquinas” bem montadas, aliás, basta ver quem foram os apoiantes da outra lista para vermos de onde vêm esses apoios», criticou o candidato à presidência da concelhia derrotado pela segunda vez consecutiva. O líder da lista A espera agora que o vencedor «tenha juízo, porque se continua a afrontar a maioria PSD na Câmara receio que vá partir o partido». No entanto, Júlio Santos teme que Sérgio Costa passe a ser «oposição» a Carlos Chaves Monteiro, que é a «opção natural» para candidato à autarquia em 2021. «Nós estaremos ao lado dele e acredito que essa seja a decisão da comissão política nacional», afirmou.