A pandemia da Covid-19 na região está a estabilizar e a evoluir «favoravelmente», assume Ana Isabel Viseu, coordenadora da Unidade de Saúde Pública da ULS da Guarda.
Nos últimos dias o número de doentes recuperados tem vindo a crescer e era de 158 na segunda-feira, enquanto o registo de infetados permanece nos 221 casos desde o passado dia 29. De acordo com o relatório da situação epidemiológica desse dia, o último antes do fecho desta edição, entre as 17 horas de domingo e as 17 de segunda-feira não houve casos novos de infeção, nem mais óbitos (16). Já os contactos em vigilância pela Unidade de Saúde Pública (USP) desceram para 51 (menos 30 que no dia anterior). Havia ainda 39 casos no domicílio (menos 22), 7 doentes com alta para vigilância médica (menos 3 que na véspera) e 10 doentes internados, um dos quais nos Cuidados Intensivos. Segundo os dados disponíveis, havia também nove profissionais de saúde infetados.
Em termos concelhios também não se registaram alterações desde a passada quarta-feira, dia em que ocorreu mais um óbito por coronavírus em Vila Nova de Foz Côa. No sábado esse indicador subiu para 16 devido ao falecimento de uma pessoa de Pinhel. No entanto, a ULS tem vindo a ressalvar que nos relatórios de situação epidemiológica existem casos reportados que atualmente residem fora dos concelhos da região. Sem registos de infetados continuam os municípios da Mêda e do Sabugal, situação para a qual Ana Isabel Viseu encontra explicações. «Não temos dados científicos para explicar porque é que isto está a acontecer, mas também temos outros concelhos com poucos casos», constata a responsável, que também destaca a subida de recuperados em Vila Nova de Foz Côa, onde já eram 76 na segunda-feira.
O primeiro foco de infeção no Lar Nª Sra. da Veiga, gerido pela Misericórdia, foi registado a 25 de março e o coronavírus chegou a atingir 92 pessoas, oito das quais faleceram. «Neste momento todos os funcionários do lar estão recuperados e já faltam muito poucos utentes. A situação está a evoluir favoravelmente», considera a coordenadora da USP. Outro bom indicador, segundo Ana Isabel Viseu, é que as pessoas vigiadas estão a cumprir o tempo para essa vigilância de 14 dias sem sintomas. «Se se mantiver assim é bom», acrescenta, não escondendo que esta «estabilização» pode estar ameaçada pelo fim do confinamento da população. «Vamos ver como vai evoluir a situação com a abertura do comércio e de contactos. Pode haver uma alteração, pelo que nos preocupa e exige uma atenção acrescida porque uma maior abertura pode levar ao aumento das situações de doença», alerta a médica.