O PS obteve domingo uma «vitória histórica» no distrito de Castelo Branco ao passar de 46,07 para 56,01 por cento, retirando assim um deputado ao PSD. Os socialistas sobem de três para quatro mandatos, reduzindo a intervenção do PSD na Assembleia da República apenas a um deputado, Morais Sarmento.
Carlos Pinto, número dois da lista “laranja”, não foi eleito para a Assembleia da República (AR), passando o lugar ao socialista Valter Lemos, presidente do Politécnico albicastrense, o quarto da lista PS. A este juntam-se Fernando Serrasqueiro, Cristina Granada e Victor Pereira, que substitui José Sócrates como deputado pelo distrito.
Em contrapartida, o PSD obteve nestas eleições o pior resultado de sempre, ao ter conseguido apenas 26,64 por cento dos votos, menos 12.744 eleitores que nas legislativas de 2002. Já o PS amealha mais 14.486 votos, atingindo o resultado estrondoso de 69.635 votos. O CDS-PP perde também nestas eleições, decrescendo 1,88 por cento. A CDU mantém o quarto lugar no distrito, tendo registado um crescimento de 0,48 por cento em relação às últimas eleições, sendo que o Bloco de Esquerda regista o crescimento mais acentuado do escrutínio, com mais 2,03 por cento.
Por todos os concelhos, à excepção de Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei, PSD e CDS/PP perderam votos para os partidos de esquerda. «É uma estrondosa derrota dos partidos de direita», frisa o cabeça de lista da CDU, Jorge Fael, que ousa dizer que PSD e CDS/PP levaram uma «verdadeira abada» nestas eleições. Para o comunista, estes eram os resultados esperados no distrito, pois «o povo não se esquece das políticas desastrosas dos partidos que estavam no Governo», citando medidas como a implementação de portagens na A23 ou o encerramento de maternidades. Confiante em bons resultados estava também o socialista Victor Pereira. «Esperávamos melhorar os resultados das últimas legislativas e este é o resultado justo e adequado ao nosso projecto», salienta, apontando a Carlos Pinto a responsabilidade da derrota do PSD e da perda de um mandato. «Se tivesse sido mais claro e mais comedido nas palavras, sem o recurso à campanha de infâmia e injúrias, não estaríamos agora a fazer estas apreciações», observa. O social-democrata Bernardino Gata, membro da Assembleia Municipal da Covilhã, prefere responsabilizar pela derrota uma campanha «mal conduzida» e centrada essencialmente em Pedro Santana Lopes. «Sócrates teve uma melhor mensagem na campanha, o que levou a esta vitória esmagadora», disse, comparando a derrota do PSD a «uma onda do “tsunami”».
