Covid-19 Sociedade

«Não se prevê que haja rupturas» dos stocks nos hipermercados

Escrito por Sofia Craveiro

«Parece-me um bocado descabida esta procura. Acho que não há necessidade disto». A frase é de Pedro Saraiva, Chefe de Loja do hipermercado Intermarché da Covilhã, que esta tarde falava a O INTERIOR acerca do aumento significativo da afluência aos hiper e supermercados nos últimos dias.

Na Covilhã – como em vários pontos do país – verificou-se uma intensificação da procura por produtos como enlatados, massas, arroz, carne e, em particular, papel higiénico, conforme confirmaram a O INTERIOR vários funcionários dos referidos estabelecimentos comerciais. Apesar disso, a postura assumida por muitos consumidores é de tranquilidade.

Andreia Fonseca veio às compras ao Lidl «só mesmo porque precisava» e conta que só comprou «o essencial». «As pessoas pelo que vi estão calmas, e estão às compras normalmente…mas as prateleiras estão vazias», ironiza a covilhanense.

De facto, em todas as lojas das grandes superfícies da “cidade neve” – Continente, Pingo Doce, Intermarché e Lidl – havia esta tarde prateleiras vazias. Apesar disso este pode não ser um sinal de esgotamento ou escassez de produtos, de acordo com Pedro Saraiva. «O haver prateleiras vazias pode ser apenas uma questão de ainda não ter sido possível arrumar os produtos nos locais devidos», afirma o responsável que assegura que – salvo os desinfetantes de mãos – «há stocks em armazém». Mesmo considerando que possa haver falta de algum produto, essa deverá ser uma situação «pontual», possível de acontecer com «produtos importados».

«Mesmo que este problema se prolongue por um mês, ou até mais, as nossas centrais estão cheias de mercadoria, os fornecedores continuam também a laborar – portanto continuam a entregar nas nossas centrais – , logo não se prevê (a breve prazo) que haja rupturas significativas», refere o responsável.

«E o papel higiénico?» – questionamos.

Pedro Saraiva foi o único responsável de loja que aceitou prestar declarações

«Papel higiénico temos – se não estou em erro – pelo menos três fábricas em Portugal a laborar. Pelo que se sabe não falta matéria-prima aos fabricantes. Portanto: seja papel higiénico, seja guardanapos, seja lenços de papel não temos tido problemas», diz ainda Pedro Saraiva, o único Chefe de Loja que aceitou prestar declarações.

O INTERIOR tentou obter informações junto dos responsáveis dos hipermercados Continente, Pingo Doce e Lidl, mas todos se recusaram. «Todos os contactos com a comunicação social têm de ser feitos através do gabinete da sede nacional», foi a resposta ouvida da parte dos funcionários questionados.

Já os consumidores, mostram-se tranquilos. Ana Saraiva, senense às compras no Intermarchê da Covilhã, afirma que se deslocou ao hipermercado «só mesmo porque precisava» e assegura não estar a comprar nada em quantidades acima do normal. «Só leite, porque vou hoje fazer um pudim», relata descontraída. «Pelo que sei não há nenhum caso [de Covid-19] nesta zona, por isso penso que ainda estamos minimamente seguros».

 

 

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Sofia Craveiro

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