Foto:Mariana Gil
P – É candidato à liderança da Associação Europeia de Estudantes de Engenharia Aeroespacial (EUROAVIA). Qual o motivo desta candidatura?
R-Desde que ingressei em Engenharia Aeronáutica na UBI e no Núcleo de Estudantes do curso que sinto um gosto enorme pelo trabalho associativo. Desde 2016 fui evoluindo gradualmente e desenvolvendo capacidades de trabalho de equipa e liderança. Em 2018, enquanto presidente do AEROUBI & AS Covilhã, tive o primeiro contacto sério com a EUROAVIA e desde logo o seu projeto aliciou-me. Após participar em dois congressos, e começar a trabalhar diretamente nos grupos de trabalho da associação, sinto-me neste momento capaz de dar mais de mim ao representar e potenciar a nível pedagógico, formativo e laboral os estudantes de Engenharias Aeroespacial e Aeronáutica das 42 universidades representadas na associação.
P – Caso seja eleito, de que forma esse cargo pode beneficiar os alunos da UBI?
R – Naturalmente que a EUROAVIA não se centra na UBI, apesar do AEROUBI representar uma das sociedades afiliadas mais ativas na associação. No entanto, acredito que a minha presença poderá beneficiar os estudantes de Engenharia Aeronáutica da UBI na medida em que é potenciada uma maior consciencialização para o trabalho da associação e dos seus benefícios para os estudantes, nomeadamente na obtenção de oportunidades de estágio, participação em simpósios e conferências internacionais com condições especiais e até na obtenção de emprego no não tão distante futuro profissional.
P – No comunicado enviado à imprensa refere que é necessário contrariar a «exponencial falta de vontade de entrar no mundo associativo». Porque motivo faz esta afirmação e qual a solução que propõe?
R-Infelizmente a falta de participação no associativismo é um problema que se verifica tanto na EUROAVIA como na AAUBI ou até mesmo nos núcleos de estudantes. Acredito que a origem desta problemática surge da uma ideia errada da maioria dos estudantes de que o que realmente importa para o seu futuro profissional é apenas um curso e uma média, causando automaticamente uma desvalorização de atividades extracurriculares. Não digo que o sucesso académico não seja importante – porque é –, mas acredito que um bom profissional não se caracteriza só pela sua média, mas também pelas suas capacidades de trabalho e interpessoais – as tão famosas “soft skills”. A solução para este problema não passa apenas pelas associações, mas também pelas universidades. Assim, acredito que um trabalho conjunto das associações, universidades e empresas do setor na consciencialização da importância do associativismo na representação dos estudantes e dos benefícios desta atividade para um futuro profissional é o início da reversão deste crescente obstáculo do associativismo estudantil.
P – Referia também no comunicado que acredita num «modelo de microgestão estudantil» de cada universidade. O que quer dizer? De que forma seria feita essa microgestão?
R-Nem sempre todas as sociedades afiliadas apresentam resultados, maioritariamente pela falta de experiência ou até mesmo devido ao desconhecimento do mundo associativo a nível europeu. Infelizmente, muitas vezes o resultado deste problema é a desvalorização da associação por parte dos estudantes por ela representados, havendo assim uma caminhada lenta para a sua eventual desativação. Não é de todo positivo ter alunos não representados, e a EUROAVIA deve tomar medidas mais concretas para evitar isso. Acredito, desta forma, que a centralização temporária das atividades das sociedades afiliadas na EUROAVIA é um dos caminhos para a reativação destas sociedades e atração de estudantes a integrarem os seus órgãos sociais.
P – Defende também a «expansão da associação a mais universidades» e o desenvolvimento de novos cursos de aeronáutica. De que forma?
R-A abordagem para a expansão é relativamente simples. A EUROAVIA está presente em quase todos os países da Europa, pelo que o desenvolvimento de atividades abertas a estudantes de universidades que não estejam representadas é, na minha ótica, um dos caminhos a percorrer para a ativação de novas sociedades noutras universidades. Daqui é importante reter que quem move a EUROAVIA são os estudantes e são estes que podem fundar e filiar associações já existentes. No que toca ao apoio ao desenvolvimento dos novos cursos que vão aparecendo pela Europa, acredito num modelo de trabalho cooperativo, entre estas universidades e outras com mais experiência na área, e acredito também que a EUROAVIA pode fazer esta ponte de troca de experiência e metodologias.
Perfil de João Bernardo Amaral:
Candidato a Presidente da Associação Europeia de Estudantes de Engenharia Aeroespacial (Euroavia) para o mandato de 2020-2021
Idade: 22 anos
Naturalidade: Porto
Currículo profissional (resumido): Vogal da Secção Pedagógica do AEROUBI – Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeronáutica da Universidade da Beira Interior entre 2016 e 2017; Coordenador de Imagem do AEROUBI entre 2017 e 2018, ano em que foi eleito presidente da direção do AEROUBI até ao ano passado. É atualmente Coordenador de Expansão e vogal de Comunicação Euroavia e vice-presidente adjunto da AAUBI. É estudante no Mestrado Integrado de Engenharia Aeronáutica da UBI.
Livro favorito: “O Símbolo Perdido”, de Dan Brown
Filme favorito: “Os Dois Papas”, de Fernando Meirelles
Hobbies: Performance de Música Clássica, nomeadamente órgão de tubos