Carlos Pinto, número dois do PSD por Castelo Branco, suspendeu funções na Câmara da Covilhã até ao próximo dia 20 de Fevereiro. O anúncio foi feito aos jornalistas durante a visita de Morais Sarmento à Central de Compostagem e um dia após o PS exigir a suspensão do mandato do autarca (ver edição anterior). «A suspensão das funções já estava determinada desde a entrega da lista no Tribunal Constitucional», explicou, adiantando que não irá estar nas sessões de Câmara até às eleições.
«Dispenso bem as preocupações do PS quanto ao exercício de cargos executivos, visto que o seu exemplo é abandonar os cargos ao mais alto nível do Governo», afirmou Carlos Pinto em resposta às críticas dos socialistas. O autarca também foi acusado de ser «contraditório» em relação a José Sócrates, uma vez que há três anos tinha elogiado o papel do antigo ministro do Ambiente no desenvolvimento do distrito. «Não sou daquelas pessoas que dizem que nada foi feito quando outros partidos estavam no Governo e não tenho dúvidas de que todos se têm esforçado pelo desenvolvimento do distrito», respondeu, considerando que «não se pode falar da Faculdade de Medicina ou da A23 sem se falar no presidente da Câmara da Covilhã». Nesse sentido, Carlos Pinto não aceita que «outros se apresentem como exclusivistas no desenvolvimento do distrito». O autarca disse ainda que a lista do PSD é «melhor que a do PS», pois apresenta pessoas com «trabalho feito e uma visão de seriedade da política, de compromisso e da afirmação dos valores das pessoas que votam em nós». Daí estar «bastante optimista e seguro» de que os eleitores vão dar a vitória e um «excelente resultado» ao PSD no dia 20.
O candidato criticou ainda a recusa do PS em realizar debates nos onze municípios do distrito, uma proposta do PSD. «Pretendíamos discutir os problemas e antecipar a discussão em torno da criação de círculos uninominais», salientou. Entretanto, o PS já reagiu em relação à suspensão de funções de Carlos Pinto através do seu único vereador na autarquia. Em nota enviada à comunicação social, Miguel Nascimento critica o facto da decisão não ter sido anunciada na última reunião camarária – na qual a ausência de Carlos Pinto foi justificada com o acordo de geminação com Madalena do Pico (Açores) – e insiste em querer saber se o autarca irá ou não continuar na Câmara após as eleições. Mas o presidente já disse que só nessa altura responderá.