A candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027 é «uma ousadia e uma oportunidade» para a região, considera Teresa Patrício Gouveia. Na sua primeira intervenção como presidente da Comissão de Honra, na quinta-feira, a ex-secretária de Estado da Cultura, que tem raízes familiares na Guarda, elogiou uma iniciativa «com muita ambição, algum risco e com perspetiva de futuro».
Na sessão de apresentação da equipa de projeto, que completa a estrutura orgânica da “Guarda 2027”, que junta 17 municípios da região, Teresa Patrício Gouveia admitiu que «uma candidatura do interior pode ser um argumento para quem tem que decidir». A antiga ministra dos Negócios Estrangeiros destacou também a «nova plataforma de cumplicidades» criada com este projeto, pois «não é hábito estes 17 municípios trabalharem em conjunto e isso cria uma dinâmica muito especial e muito forte, penso que esse já é um grande ganho desta candidatura. Hábitos colaborativos são cada vez mais importantes e mais modernos», afirmou Teresa Patrício Gouveia. Na sua opinião, outra vantagem é a articulação de várias componentes do desenvolvimento a partir da cultura, como as questões ambientais, energéticas, de valorização da paisagem e dos recursos naturais da região.
«Não estar suficientemente desenvolvida pode ser um ativo, porque esta região não foi mal desenvolvida, como acontece noutras zonas do país, mas tem agora a possibilidade de poder crescer», declarou a presidente da Comissão de Honra, não sem antes avisar que a candidatura «deve ter uma grande significado antes e depois para a cidade e região». Por sua vez, Pedro Gadanho, diretor executivo da candidatura, revelou que o clima, as alterações climáticas e cultura é o tópico da “Guarda 2027”. O responsável revelou que espera lançar em setembro uma agenda cultural comum aos 17 municípios envolvidos e realizar um inquérito sobre as aspirações dos cidadãos relativamente à candidatura. «Vamos estudar e ouvir as pessoas para lançar um primeiro “draft” do relatório final em outubro ou novembro. Criar um dossier fortíssimo que seja vencedor implica estudo e estratégia, que será a mais-valia que fica deste desafio», disse Pedro Gadanho.
Já Carlos Chaves Monteiro, presidente da Câmara da Guarda, garantiu que «a partir daqui estes 17 municípios estão obrigados a entender-se». Na quinta-feira foram apresentados os elementos da Equipa de Projeto, que é liderada por Pedro Gadanho e composta por 12 programadores. São eles Victor Afonso (música contemporânea), Osvaldo Ferreira (música e projetos pedagógicos) e Andreia Garcia (arquitetura e propostas artísticas intermunicipais).
José Rui Martins (teatro e artes performativas), Jorge Maximino (literatura, pensamento e edição), João Mendes Rosa (história, património e artes visuais), Carla Morgado (associativismo e território) e Catarina Raposo (iniciativas culturais e ecológicas) são outros elementos. Completam a Equipa de Projeto Tiago Pereira (inovação e mediação cultural e expressões populares), Thierry Santos (projetos educativos) e Lara Seixo Rodrigues (arte urbana, inovação urbana e cultural). Por sua vez, Pedro Gadanho assumirá também a área da diáspora e relações internacionais. Recorde-se que Urbano Sidoncha é responsável pelo Conselho Estratégico e o presidente do município, Carlos Chaves Monteiro, lidera o Conselho Geral.
Quanto vão ganhar os elementos da Equipa de Projeto
Conforme O INTERIOR noticiou na última edição, Pedro Gadanho vai ganhar 5.000 euros mensais, durante dois anos, para coordenar a candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura. Já os dois técnicos que o vão coadjuvar auferirão 1.000 e 700 euros, respetivamente. Os valores foram revelados por Carlos Chaves Monteiro no final da reunião de Câmara do passado dia 13. A restante Equipa de Projeto inclui nove elementos externos ao município, cuja remuneração não foi divulgada, mas O INTERIOR sabe que rondará os 500 euros. Já os técnicos da autarquia escolhidos vão receber mais 300 euros no vencimento por este acréscimo de trabalho. As personalidades que integram o Conselho Estratégico, o Conselho Geral e a Comissão de Honra não auferem qualquer remuneração.