A Juventude Social Democrata (JSD) da Guarda decidiu sair da lista de candidatos a deputados às próximas legislativas por não se rever no sexto lugar que a distrital do partido lhe reservou. Fernando Lopes garantiu ainda que a sua equipa está disposta a apresentar a demissão «o mais rápido possível», para «esclarecer, de uma vez por todas», as alegadas suspeitas de incorrecções na eleição para o seu terceiro mandato e que motivaram o pedido de impugnação do acto.
«Sendo uma estrutura de juventude partidária, activa e dinâmica nos últimos anos, não percebemos qual foi o objectivo da distrital do partido ao ter mandado para Lisboa a JSD em sexto lugar», critica o líder distrital da “Jota”. «Saímos porque não nos revemos no lugar que nos foi atribuído», reforça, considerando que esta posição demonstra uma «falta de respeito» para com a JSD. Outra crítica vai para a composição da lista: «A distribuição dos candidatos é feita em prol do distrito e parece-me que esta lista está feita, única e exclusivamente, para se ganhar no concelho da Guarda», acusa Fernando Lopes, aludindo ao facto dos primeiro e terceiro candidatos serem do concelho, o que, por norma, «nunca acontece». Quanto às razões que possam explicar a colocação da JSD em sexto lugar, o dirigente citou uma frase que alguém lhe disse recentemente: «Quando dizemos aquilo que não interessa a quem manda no partido, teremos que ser penalizados…». No entanto, garante que mantém um «relacionamento institucional» com Ana Manso. E esclarece que ainda ninguém o ouviu «falar mal de alguém em particular», até porque o «nosso adversário está lá fora e é José Sócrates. A JSD tudo fará para que Santana Lopes seja primeiro-ministro de Portugal e estaremos na rua com uma campanha própria», limitou-se a dizer.
Confrontada com este assunto, Ana Manso salientou que o próprio Fernando Lopes «comunicou no Conselho Nacional de que não faria parte da lista, apesar de estar ao lado do PSD para fazer campanha». Entretanto, o presidente dos TSD/Guarda, Alexandre Monteiro, também se recusou a participar na lista de candidatos do PSD, já que considera ter havido «falta clara de respeito em querer atribuir o sétimo lugar a esta estrutura». Quanto ao pedido de anulação das eleições, Fernando Lopes assegura que ainda não tem «conhecimento oficial» de qualquer impugnação. «Soube dela por um elemento do PSD e a verdade é que nunca ninguém da JSD deu a cara nesse pedido», constata. No entanto, os seus dirigentes decidiram apresentar, «em tempo oportuno», a demissão aos órgãos nacionais da JSD. «Quem impugnou as últimas eleições terá então uma oportunidade para aparecer e ser candidato à distrital da Guarda», desafia Fernando Lopes, que também anunciou que será novamente candidato ao lugar. «Mal os órgãos nacionais marquem eleições, nós estaremos cá para o desafio», assume.
Ricardo Cordeiro
