Fiquei estonteado com os números dos SMS que se enviam em Portugal. No Natal, as pessoas perderam o gosto pelo correio (o velho postal que tanto aprecio) e enchem-se de SMS. Alguns andam no sistema intermédio dos e-mail. Os portugueses levam a vida ao telemóvel e usam-no de todos os modos. Eu rendi-me há alguns anos e agora vivo com ele, estou dentro dele, acho que até casei com dois deles. Mas insisto nos postais. Insisto em deixar um pequeno objecto que dura mais algum tempo, que se pode transmitir aos filhos e exibir com orgulho. As pessoas que recebem SMS sabem que eles vão desaparecer dentro de instantes. Responder ou conversar por SMS pode ser bem mais caro que telefonar, mas as mensagens ganham terreno sobre a conversa. É mais fácil esboçar ideias que declará-las? Os telemóveis adquiriram também a capacidade de fotografar, filmar, transmitir rádio, fazer transferências sem fio por “bluetooth”. Estamos numa nova era. Eles vão sendo cada vez mais interessantes e importantes. Têm agenda, despertador, imagens interessantes e são discretos ou ruidosos. Brevemente terão GPS e já servem de alarme do carro. De facto, esta coisa dos telemóveis é fascinante, mas desequilibra pensar que possam causar doença. Imagine por um instante que começam a morrer pessoas de causa desconhecida e alguém aventa que foi o telemóvel? Oh, diabo! Recebi dezenas de SMS no Natal…
Por: Diogo Cabrita