O estudo inédito sobre a saúde da população da região Centro, que abrange entre 25 mil a 35 mil pessoas, arrancou segunda-feira em 109 centros de saúde da ARS do Centro. Durante cerca de um mês, os médicos dessas unidades vão realizar o inquérito a alguns dos seus doentes, escolhidos segundo critérios previamente definidos pelo grupo de trabalho que coordena o estudo, constituído por elementos da ARS, da Sub–região de Saúde, do Centro Regional de Saúde Pública e da Faculdade de Medicina de Coimbra.
«É a primeira que se faz um estudo desta dimensão e cujos resultados terão grande qualidade», salienta Fernando Andrade, presidente da ARS do Centro. As conclusões deste inquérito serão conhecidos em finais de Março ou início de Abril e permitirão «uma ideia mais precisa sobre a morbilidade e as patologias de toda a região», adianta. O estudo, que será acompanhado e validado pela Faculdade de Medicina de Coimbra, produzirá «uma carta da doença, da morbilidade, que hoje não existe e que passará a ser obrigatório ter em atenção em todas as tomadas de decisão. Conhecendo a prevalência da doença em determinadas localidades poderemos programar melhor, por exemplo, as actividades de promoção de saúde a implementar nessas zonas, envolvendo todas as entidades que seja necessário», salienta Fernando Andrade. O tratamento da informação recolhida permitirá saber quais as patologias «mais significativas na região» e ainda realizar análises comparativas por concelhos e estudos complementares no caso de se verificarem «desvios comportamentais, de patologias e de estilos de vida», acrescentou.
A realização deste inquérito, inédito na sua dimensão e metodologia, surgiu com o alargamento a toda a região do âmbito do estudo que seria efectuado à população de Souselas (Coimbra), prometido desde a tentativa de instalação do processo de co-incineração na cimenteira local. O alargamento ficou a dever-se à necessidade de efectuar um estudo padrão noutra localidade para comparar os resultados obtidos em Souselas. O estudo envolverá assim entre 25 mil a 35 mil pessoas, proporcionalmente representativas em termos de concelho, grupo etário e sexo, de uma população de cerca de 2,4 milhões de habitantes da região.