José Varela, oftalmologista do Hospital Sousa Martins, na Guarda, demitiu-se da função pública a 3 de dezembro, deixando o serviço, já de si carenciado de especialistas, com apenas dois médicos, um a tempo inteiro e outro a tempo parcial.
Ao que tudo indica, o ex-diretor daquele serviço, que tinha renunciado ao cargo no passado dia 21 de outubro, bateu com a porta, entre outras questões, por a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda não ter ainda indicado o novo responsável da Oftalmologia e ter invocado a lei para forçar José Varela a manter-se em funções até a nomeação do novo diretor. Para evitar essa imposição, o médico optou por denunciar o seu contrato de trabalho em funções públicas. Atualmente, o serviço é um dos mais carenciados, em termos funcionais e operacionais, da ULS e possui uma lista de espera avassaladora. Confrontada a administração hospitalar, Isabel Coelho, presidente do Conselho de Administração, disse a O INTERIOR que «lamenta a saída do profissional que durante tantos anos prestou um excelente serviço para esta instituição, compreendendo, no entanto, as razões que levaram à sua decisão».
E adiantou que o serviço conta atualmente com um oftalmologista a tempo inteiro, outro a tempo parcial e mais quatro em regime de prestação de serviço. «A resolução da situação passa por continuar a abrir vagas para novos especialistas e a procura ativa de novos prestadores de serviço», acrescentou a responsável. Isabel Coelho confirmou ainda que neste momento aguardam pela nomeação de novos diretores os serviços de Cardiologia, Cirurgia e Anestesiologia, «continuando a decorrer o processo concursal». Os antigos responsáveis demitiram-se em 2017.