Sociedade

Enoturismo é «ferramenta importante para atrair visitantes»

Escrito por Luís Martins

Na loja inaugurada no Solar do Vinho da Beira Interior é possível fazer provas, adquirir vinhos e saber mais sobre a região

A Rota dos Vinhos da Beira Interior “nasceu” simbolicamente na passada quinta-feira com a abertura da loja homónima na sede da Comissão Vitivinícola Regional (CVRBI), na Guarda.

«Este espaço de informação e de promoção dos nossos vinhos é o ponto de partida e de descoberta desta magnífica região», disse Rodolfo Queirós, presidente da CVRBI, para quem os produtores locais têm que «despertar para o fenómeno do enoturismo, que está a crescer em todo o mundo». Na nova loja do Solar do Vinho da Beira Interior é possível fazer provas e adquirir vinhos, mas também saber mais sobre produtores, castas e os atrativos locais em termos de património e gastronomia. A inauguração do espaço foi antecedida pela celebração de protocolos com os municípios de Figueira de Castelo Rodrigo, Fundão, Guarda, Oleiros, Pinhel e Vila Velha de Ródão, bem como com o Turismo de Portugal, para criar a futura rota enoturística. As restantes autarquias vão assinar acordo «brevemente porque ainda não estão em condições de o fazer devido a questões burocráticas», disse Rodolfo Queirós.

Presente na inauguração, a secretária de Estado do Turismo sublinhou que o enoturismo é «uma ferramenta importante para atrair visitantes e fixar pessoas», sendo mesmo «uma das prioridades» do Turismo de Portugal. Rita Marques acrescentou que o vinho é hoje «um ativo distintivo importante» do turismo nacional, nomeadamente na região Centro: «Atualmente 2,5 milhões de turistas procuram Portugal por causa do enoturismo e podem ser muitos mais amanhã, pelo que é preciso criar rotas para que essas pessoas venham ao território e fiquem mais tempo», afirmou, dizendo que a Beira Interior deve orgulhar-se dos seus vinhos.

A abertura da loja da Rota dos Vinhos da Beira Interior foi o ponto alto das IXªs Jornadas de Enoturismo, que decorreram na Guarda. Durante dois dias houve conferências e visitas a quintas e a produtores da região. Na sessão de encerramento, Rodolfo Queirós salientou terem sido abordados «temas que foram transversais» e valorizou o “networking” desenvolvido no âmbito do encontro. «Ajudem-nos a trabalhar em rede porque isso é que é importante», disse o responsável. Subordinada ao tema “O Centro de Portugal como destino”, esta edição foi coorganizada pelas CVR da Beira Interior, Dão e Região de Lisboa e Tejo, assim como pela Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra e Associação Rota da Bairrada. A próxima terá lugar na região de Lisboa e Tejo.

Enoturismo «não é só vinho»

A ideia de realizar as Jornadas do Enoturismo surgiu há quase uma década. Em 2010, Filipe Carvalho, do Turismo de Portugal, foi o percursor deste evento, que começou na região da Bairrada.

«Estávamos em Coimbra e notámos o potencial da região Centro na área dos vinhos», recordou a O INTERIOR, à margem das jornadas. «Naquela altura pouco se falava de enoturismo, por isso resolvemos reunir com algumas pessoas da Escola de Hotelaria de Coimbra, Turismo do Centro, da CCDR e da Associação da Rota da Bairrada para dar corpo à ideia», acrescenta. A primeira edição, realizada em 2011, tinha como objetivo «visitar espaços de produção de vinhos – adegas, quintas, vinhas – e associar a isso um programa de jornadas técnicas onde os convidados iriam relatar experiências de outras regiões vinícolas do país», recorda.

No ano seguinte o evento teve lugar na região do Dão e aconteceu na Guarda em 2013. Segundo Filipe Carvalho, «já vamos na segunda volta» destas jornadas. «O grande objetivo é a dinamização do produto, que não é só vinho, mas também gastronomia, paisagem, museus, Aldeias Históricas… Tudo isto é enoturismo», afirma.

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