Na semana anterior, enquanto na Península Ibérica aconteciam aparições com potencial para beatificação, sobre esta coluna baixou um espírito maligno e bipolar que esgalhou um título saído do cruzamento entre Luís Lindley Cintra e Bento de Jesus Caraça, mas que produziu um texto parecido com um filho metafórico de Chagas Freitas e Rebelo Pinto.
Essas aparições peninsulares não foram agora da Mãe de Jesus, que não costuma visitar cada país mais do que uma vez. Das águas do mar, porque as azinheiras já estão fracas por culpa da seca, surgiu a iluminada Greta Thurnberg. Que sofre pela morte do planeta como Maria sofreu pela morte do filho. Que aceita a chamada dos políticos com a mesma resignação com que Maria recebeu a notícia do anjo Gabriel. Que está nos pedestais das redacções dos jornais como Maria está nos altares das igrejas. Que viverá presa nessa figura de filha do clima como Maria existe no papel de Mãe de Cristo.
As aparições de Greta são também acompanhadas de movimentos anormais do Sol. Desta vez não são um milagre, como em 1917, mas apenas efeito provocado pelos gases de estufa. Quando Greta fala, a audiência ouve a voz de Deus, não porque o Todo Poderoso tenha substituído os anjos por crianças nórdicas, mas porque a poluição do ar provoca distúrbios mentais e problemas auditivos. Sabemos que o filho de Maria transformou água em vinho que muitos alegrou, e dizem-nos agora que o planeta de Greta irá fazer da água um violento tsunami que a todos matará.