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Visão do Caos

Saliências

Uma tempestade de apreensões

Chega do Leste e atormenta o destino

Que temos à luz eléctrica

No conforto dos lares quentes

Na formosura de veículos ricos

De gente bem vestida

De marcas e prestígios ilusórios

De desejos fúteis em mentes inúteis.

Uma tempestade de frio

Com um furacão de horrores

A nascer distante.

Há na Ucrânia uma semente

Dos pesadelos decadentes

Dos futuros mais temerosos.

Rompe na China uma incerteza

Uma nova aurora cinzenta

Onde há mais pobres, mais ricos

Mais distância entre eles

E um escuro cheiro de pólvora.

Sou temente, sou certo das forças

Que devoram confortos.

Sou apreensão e desassossego

De ver os filhos sem luz

Sem água corrente

Sem saneamento nas estradas

E depois sem estradas e sem pão.

A Leste e a Oriente há muita lenha

Numa fogueira com acendalhas dentro.

Há fósforos e há gente, e as pessoas

Garantem que tudo vai arder.

Por: Diogo Cabrita

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