O Aguiar da Beira merecia ter ganho, no último domingo, o jogo frente ao Mileu, até então líder da classificação do escalão maior do distrito da Guarda. O empate a zero registado no final só beneficiou o Fornos de Algodres, que venceu pela margem mínima a Lageosa do Mondego.
O desafio foi muito frio, calculista e mal jogado da parte dos visitantes, que tiveram alguma ajuda do árbitro principal, Tiago Cadete, quando perdoou duas grandes penalidades flagrantes a favor do Aguiar da Beira. A primeira aconteceu nos 45 minutos iniciais com um jogador do Mileu a jogar a bola com a mão dentro da sua grande área. A segunda, aos 88’, foi mais evidente e aconteceu após uma grande confusão na área do Mileu, já que o remate de um aguiarense foi defendido com ambas as mãos por um guardense, como se fosse um guarda-redes de recurso. Contudo, o jogador – que não foi possível identificar, largou rapidamente o esférico e ainda se deixou cair para disfarçar o acto. Toda a gente viu o sucedido, inclusive Tiago Cadete, que fez “vista grossa” à jogada quando não assinalou o respectivo penalti. Pelo que se viu, mais parece que o árbitro veio a Aguiar da Beira gozar com a situação, pois intimidou os jogadores da casa, fechou os olhos a várias irregularidades e teve o desplante de mostrar nove cartões amarelos, alguns para “limpar”, numa partida que era tão simples de apitar.
Quanto ao jogo de futebol propriamente dito, o Aguiar da Beira jogou quanto bastasse para levar de vencida esta partida, mas, como vem sendo hábito, o golo não surgiu, mesmo em situações de baliza aberta. A equipa de Totá controlou a partida, jogou mais e melhor que um adversário que entrou em campo para defender não sei o quê. Só em duas ocasiões os guardenses estiveram perto de marcar, mas Pedro Pais e Bobô, isolados, atiraram ao lado da baliza defendida por Carlitos. De resto, foi ver bolas constantemente bombeadas da defesa para o ataque guardense, onde os avançados foram sendo apanhados muitas vezes em posição de fora de jogo. Na primeira parte, o Mileu só rematou uma vez à baliza contrária. Neste cenário, o Aguiar da Beira pode queixar-se de si próprio pela inoperância dos rematadores, que, sem sorte ou com azar, falharam golos feitos, com destaque para Agostinho, Nuno Gomes, que jogou muito – o melhor em campo, na nossa opinião -, Sérgio e Nuno Sena.
Pedro Sousa