Foto: Henrique Azevedo/InteriorDoAvesso
A Covilhã apresentou, na passada segunda-feira, o novo plano de mobilidade que prevê, entre outras medidas, a aposta em bicicletas (e talvez trotinetas) eléctricas como meio de transporte ecológico. Para materializar a integração dos novos equipamentos urbanos na cidade, o município já iniciou a construção de ciclovias em algumas das principais vias da Covilhã. Contudo, a construção e configuração das novas faixas cicláveis está a gerar alguma indignação por parte da população.
De momento, as ciclovias são faixas lineares pintadas de vermelho no asfalto. As maiores críticas são relativas às ciclovias que circundam a Rotunda do Operário, na Alameda Europa e na Avenida Infante D. Henrique. O principal foco de preocupação da população é a (aparente) falta de segurança das ciclovias (por não apresentarem nenhuma barreira física relativamente à faixa destinada ao trânsito automóvel) e o facto de não possuírem a dimensão adequada – o que pode traduzir-se numa proximidade perigosa entre automóveis e bicicletas.
Para responder à polémica, a Câmara dedicou um segmento da apresentação do plano de mobilidade ao esclarecimento da execução das ciclovias. Na fase destinada ao debate, as críticas de rua (e das redes sociais) materializaram-se na voz de cidadãos preocupados que questionaram os oradores sobre o assunto.
Jorge Mourito, da MPT – Mobilidade e Planeamento do Território, a empresa responsável pela planificação da rede cicloviária, chamou à atenção para o facto do projeto não estar concluído: «Temos de esperar até que a obra esteja terminada para podermos fazer uma avaliação», disse. Até lá, o responsável sublinhou o facto de a intervenção na Covilhã ser «de sinalização da presença das bicicletas», pois estas, de acordo com o Código da Estrada, podem utilizar a mesma via dos automóveis. Desvalorizando as críticas dos munícipes presentes, o geógrafo salientou que as medidas das faixas em causa são «as exigidas por lei» e referiu que «18 quilómetros de ciclovia seriam muitos milhões de euros se fosse realizada uma “obra pesada”». No caso da Covilhã, foram aplicados 300 mil euros.