Os Harlem Globetrotters, equipa norte-americana de basquetebol de exibição, encheram o pavilhão gimnodesportivo do Fundão na passada terça-feira. Estes verdadeiros “artistas da bola”, mas de basquetebol no caso, fizeram as delícias de miúdos e graúdos que se fartaram de rir e de vibrar com aquele que é considerado o melhor espectáculo desportivo do mundo.
Apesar da noite fria, as jogadas mágicas da equipa norte-americana conseguiu aquecer, e de que maneira, os muitos fãs que se deslocaram ao pavilhão para assistir a este espectáculo de habilidade, cor, música e luz. Com uma grande dose de alegria, boa disposição, simpatia, improviso e técnica, os dez “mágicos” dos Harlem Globetrotters entraram debaixo de uma forte ovação. Sob o “comando” do número 23, o jogador veterano e que possuía um microfone, falando um português bastante aceitável, os norte-americanos iniciaram o “Círculo Mágico”, um número em que cada jogador vai alternadamente ao centro fazendo diversos malabarismos até passar a bola a um companheiro. Tudo isto ao som da música. Entretanto, os “pobres” do New York Nationals, a equipa adversária, que fez muitas vezes figura de “corpo presente” nesta partida, também entrou em campo. Mundialmente conhecidos, os Globetrotters passaram depois para uma sessão de lançamentos sempre com muito movimento e a trocarem a bola entre si. Posto isto, ficaram apenas três atletas em campo, tentando acertar no cesto, lançando a bola do meio-campo. A cada tentativa falhada, seguia-se um cómico “másu” dito pelo número 23 para que o seu companheiro tentasse de novo.
Conquistada a simpatia do público, que não se cansou de bater palmas, começou então o “jogo” que muitas vezes foi interrompido pelos Globetrotters, ora para irem buscar crianças à assistência para fazer brincadeiras, ora para discutir com o árbitro. Outra situação caricata aconteceu quando o número 23 foi buscar a mala de uma espectadora, provocando uma gargalhada geral. Perante a passividade dos adversários, os Globetrotters fizeram diversas vezes um autêntico “carrossel”, trocando a bola entre si, antes de partirem para as tabelas, onde muitas jogadas foram concluídas com os espectaculares e tão apetecidos “afundanços”. Pelo meio, os adversários iam “sofrendo” com as diabruras dos Globetrotters, que por diversas ocasiões fizeram alguns “túneis” aos jogadores do Nationals. Marcando pontos de toda a forma e feitio, os Globetrotters também mostraram os seus dotes de dançarinos. Outra rábula que não poderia faltar foi a do balde cheio de… confetis, quando o público pensava que seria água. Ainda assim, houve espectadores que não escaparam a um pequeno banho. Já perto do final, os “mágicos” mostraram que também são grandes actores com a encenação de uma jogada e o respectivo movimento contrário, levando a assistência ao rubro.
Um grande espectáculo de interactividade que, de certo, vai perdurar na memória dos muitos espectadores que passaram pelo gimnodesportivo do Fundão. O que não fica para a história é o resultado final de 80-56 a favor, claro está, dos Globetrotters. Este verdadeiro “show” de habilidades passou ainda por Viseu, Coimbra, Pombal e Lisboa, tendo gerado um enorme sucesso, de acordo com a organização da digressão.
Ricardo Cordeiro