Um homem que se dizia astrólogo foi condenado esta sexta-feira pelo Tribunal da Guarda pelo crime de extorsão a três anos de prisão, pena suspensa por igual período.
Em nota hoje publicada na sua página oficial na Internet, a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra refere que o arguido, de nacionalidade estrangeira, «anunciava-se como “astrólogo”, publicitando essa atividade através de panfletos nos quais se apresentava como “africano, grande cientista espiritualista, com super magia negra e branca mais forte”».
«Uma das vítimas, residente em Seia, perante a promessa de resolução de problemas familiares, começou a consultar o arguido», tendo o coletivo de juízes dado como provado que este passou a exigir novas entregas de dinheiro «mediante a ameaça, designadamente, de que, se assim não procedesse, o marido e os filhos iriam morrer».
«Por temer pela vida dos familiares, a mulher acedeu em entregar ao arguido uma quantia não concretamente apurada, mas que terá ascendido a vários milhares de euros», adianta a nota da Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra. A mesma informação acrescenta ter também ficado provado que outro ofendido, um homem residente em Santa Comba Dão, «procurou o “astrólogo” para o ajudar a acabar com ameaças de que estava a ser vítima, entregando-lhe 3.000 euros».
«Posteriormente, o arguido exigiu mais dinheiro, dizendo que, se tal não acontecesse, a filha que o ofendido esperava iria ter graves problemas de saúde», refere o documento, tendo o arguido conseguido «mais algumas centenas de euros». Além da pena de prisão, o coletivo condenou ainda o arguido a indemnizar as vítimas em 7.950 euros.