Política

PS domina em Castelo Branco e conquista deputado ao PSD

Escrito por Sofia Craveiro

O círculo eleitoral de Castelo Branco, como a grande maioria do país, ficou pintado de rosa no domingo. Hortense Martins, Eurico Brilhante e Nuno Fazenda serão os próximos deputados socialistas pelo distrito. Já o PSD terá apenas Cláudia André no Parlamento após perder um mandato relativamente às legislativas de 2015.

O distrito de Castelo Branco registou uma clara vitória do PS, que obteve 40,88 por cento dos votos. Este resultado foi o segundo melhor do partido no país – superado apenas em Portalegre – e significa que 38.302 eleitores, num total de 93.695 votantes, escolheram os socialistas. O PSD sofreu uma verdadeira razia e ficou-se pelos 26,33 por cento. O Bloco alcançou os 11,05 por cento dos sufrágios, o PCP chegou ao 4,75 por cento e o CDS-PP caiu para 3,71 por cento. Já o PAN atingiu os 2,38 por cento dos votos do distrito.

Hortense Martins, líder da Federação e deputada reeleita por Castelo Branco, afirmou no discurso de vitória que este foi «um momento de grande felicidade pela afirmação do PS como o grande partido do distrito de Castelo Branco». A dirigente distrital salientou que o PS «luta e concretiza pelo interior» e destacou a «subida na zona do Pinhal [concelhos de Oleiros, Sertã e Vila de Rei], onde temos mais dificuldade» mas onde «a nossa mensagem vai ganhando espaço». Há quatro anos, nas últimas eleições legislativas o distrito dividiu-se: o PS venceu com 38,86 por cento e elegendo dois deputados (Hortense Martins e Eurico Brilhante), enquanto a coligação “Portugal à Frente”, do PSD/CDS, conquistou 35,31 por cento dos votos, o que resultou na eleição Manuel Frexes e Álvaro Baptista. Em 2019 verifica-se uma queda significativa dos social-democratas, que registam uma diferença de 8,98 por cento a nível distrital face a 2015.

Tal como se verificou naquele ano, o Bloco de Esquerda foi a terceira força política mais votada no distrito e, apesar de continuar sem capacidade para eleger deputados, viu a sua percentagem aumentar (passou de 10,03 para 11,05 por cento). O PCP, que surge em quarto lugar, continua em queda. Os comunistas, que em 2015 conseguiram 6,03 por cento dos sufrágios (6.286 eleitores), registaram agora apenas 4,75 por cento (4.451 votos). Já o CDS-PP mereceu o voto de 3,71 por cento dos votantes do distrito, com 3.479 votos. O PAN ganhou força e registou uma subida significativa, de 0,83 por cento (860 eleitores), em 2015, para 2,38 por cento em 2019 (2.231 votos).

Cláudia André, a única deputada do PSD eleita por Castelo Branco, justificou o resultado do seu partido com uma «nítida dispersão dos votos» neste círculo eleitoral e afirmou que «todos os grandes partidos perderam votos, olhando aos valores absolutos». A deputada falou também numa «depressão» no eleitorado social-democrata fruto de uma «dispersão pelos partidos mais pequenos», um voto que considerou «não útil, pois não resulta em deputados». A ex-vereadora da Câmara da Sertã salientou ainda ser «evidente que esta situação nos entristece», mas garantiu que «o PSD não vai baixar os braços, vamos trabalhar mais».

Maioria rosa em 8 dos 11 concelhos

A nível concelhio, a vitória socialista foi o cenário que mais se repetiu, sendo que o PSD apenas venceu nos municípios de Vila de Rei, Sertã e Oleiros. O total do PS na Covilhã foi de 44,91 por cento, enquanto o PSD não foi além de 17,87 por cento e viu o BE aproximar-se com 13,92 por cento dos votos. O PCP obteve 7,65 por cento e o CDS-PP ficou-se pelos 3,82 por cento. O PAN chegou aos 2,43 por cento, tendo sido o partido que mais subiu na Covilhã – em 2015 conseguiu 0,75 por cento dos votos.

O Fundão contribuiu igualmente para a vitória do PS com 41,66 por cento dos votos. O PSD teve neste concelho 24,55 por cento, o BE 12,25 por cento e o PCP 4 por cento. O CDS-PP foi o quarto partido mais votado com 3.63 por cento e o PAN chegou aos 2,17 por cento, registando mais uma subida face a 2015. Em Belmonte, os socialistas venceram com 46,52 por cento, muito à frente do PSD (19,43 por cento). Seguiram-se BE (11,43 por cento), PCP (6,36 por cento), CDS-PP (2,95 por cento) e PAN (2,44 por cento).

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Sofia Craveiro

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