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“Estrela” traz Filipa Pais e José Peixoto à Guarda

O mais recente projecto de música popular portuguesa apresenta-se no auditório municipal

Filipa Pais e José Peixoto juntaram-se e produziram “Estrela”, um trabalho de música popular, enraizadamente mediterrânica, que os guardenses vão ter a oportunidade de descobrir na terça à noite no auditório municipal. A intérprete e o guitarrista, dois nomes de prestígio da música portuguesa, serão acompanhados neste concerto por um trio impressionante de instrumentistas como Mário Delgado (guitarra), Yuri Daniel (contrabaixo) e Quiné (percussão), que também participaram na gravação deste trabalho que vai surpreender pela sua sensualidade e qualidade. Um espectáculo a não perder.

“Estrela”, editado no início de Setembro, resulta de um conjunto de canções que José Peixoto (Madredeus) entendeu só poderem ser cantadas por Filipa Pais. A cantora aceitou de imediato o desafio e ambos convidaram o letrista João Monge. Vieram depois os contributos de Mário Delgado, Yuri Daniel, Quiné e a produção de Mário Barreiros. Todos juntos deram origem a um trabalho verdadeiramente encantador e que é certamente um dos mais inesperados na área da música popular nos últimos anos. José Peixoto trabalhou como músico, arranjador e compositor com nomes sonantes da música nacional como Maria João, Janita Salomé, José Mário Branco, Vitorino, Júlio Pereira, Pedro Caldeira Cabral, Rui Veloso, entre outros. Integra os Madredeus desde 1993. De formação clássica, o guitarrista leccionou na Academia de Amadores de Música de Lisboa durante dez anos. Como alaudista, fez parte do grupo de música antiga “La Batalla”, dirigido por Pedro Caldeira Cabral, com quem gravou o álbum “Cantigas de Amigo”. Ainda com alaúde, gravou com a soprano Helena Afonso as seis cantigas de Martin Codax (séc. XIII), sob a direcção de Manuel Pedro Ferreira.

Quanto a Filipa Pais, é nem mais nem menos que a vencedora da última edição do Prémio José Afonso, o mais importante galardão da música popular portuguesa, com o álbum “À Porta do Mundo”. Começou por ser bailarina, mas desde 1983 que tem vindo a desenvolver uma actividade como cantora, trabalhando com Vitorino, Sérgio Godinho, João Paulo Esteves da Silva, Janita Salomé, Carlos Martins e Bernardo Sassetti. Filipa Pais tem sido uma experimentalista, da música tradicional (Lua Extravagante) ao espectáculo criado para a Expo’98 onde cantou as recolhas de Michel Giacometti, passando pelo trabalho com a Orquestra Sons da Lusofonia, na qual tomou contacto com o jazz, a música de fusão e a música popular do mundo lusófono. Paralelamente, tem desenvolvido desde 1997 uma experiência na área do fado com António Chaínho. Editou os discos “L’Amar” e “À Porta do Mundo”.

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