A porta de entrada para os Serviços Académicos da Universidade da Beira Interior (UBI) revelava na segunda-feira a azáfama típica do primeiro dia de matrículas. Ao entrar, perde-se de vista a extensa fila de pais e filhos que, de senha na mão, esperam ansiosos para oficializar os resultados da colocação da primeira fase de candidaturas ao ensino superior. «Saímos daqui e vamos já ver a casa», ouve-se pelos corredores.
As filas prolongam-se pelas escadas do edifício, atravessando diversas zonas e salas do polo principal da UBI. A maioria dos estudantes que aguardam são portugueses, provenientes dos quatro cantos do país. É o caso de Maria João, jovem de 18 anos natural de Paços de Ferreira. Foi colocada em Economia, com uma média de 14,5 valores, mas assume que a primeira opção era Gestão (também na Universidade da Beira Interior). Sobre a escolha da UBI, a estudante afirma que «todos com quem falei me disseram que gostaram imenso de estar aqui, que as pessoas eram incríveis, que a noite era espetacular… Tudo isso me levou a que fosse esta a minha primeira opção», relata a jovem nortenha enquanto espera pacientemente pela sua vez.
No outro lado do edifício está Mélanie Santos, jovem trancosense. A “caloira” de Sociologia escolheu a Covilhã para iniciar o seu percurso académico. Psicologia era a opção principal – também na UBI –, contudo não conseguiu ocupar nenhuma das vagas disponíveis neste curso. A estudante justifica a escolha «por estar próxima do meu local de residência e por já conhecer algumas pessoas que estudam aqui. Além disso sei que é uma boa universidade», sublinha a jovem de 20 anos.
A receção aos novos alunos é feita com o auxílio de outros estudantes que, em pequenas bancas de informação, ajudam os recém-chegados a esclarecer diversos aspetos sobre a cidade. Marta Duarte é natural de Castelo Branco e já terminou a licenciatura na UBI. Apesar disso – por estar ainda integrada na Associação Académica (AAUBI) – continua presente nos corredores da universidade, prestando a informação necessária aos caloiros. «Esta é a fase inicial, e é sempre complicado para quem chega. Há sempre muitas dúvidas, mas a atitude deles é positiva», adianta.
Cenário de entusiamo também no Politécnico da Guarda
No Instituto Politécnico da Guarda (IPG) o ambiente de entusiasmo repete-se, embora em menor escala. Informações, mochilas e documentos são entregues aos novos alunos e pais acompanhantes, no mesmo local onde finalistas trajados a rigor “patrulham” os balcões de matrícula, aguardando expectantes para conhecer quem irá às praxes deste ano.
Sofia Félix, natural do Porto, escolheu a Guarda como primeira opção para se licenciar em Gestão. Afirma que o plano curricular foi determinante para se «decidir» e espera sair da cidade mais alta «com boas qualificações e boas experiências» obtidas nos próximos anos, durante os quais irá tentar ficar alojada numa residência do IPG. Já Bruno Gil, guardense de 19 anos, foi colocado no politécnico local em Desporto. Contudo, esta não foi a sua primeira escolha. «Tinha-me candidatado para a Covilhã e depois Évora, mas acabei por ficar na Guarda [em terceira opção] por não ter média suficiente para entrar nas outras universidades», confessa o jovem. Apesar disso, o estudante refere que «até ajuda ficar cá, pois já tenho casa e estou na minha cidade». A Guarda também não foi a primeira escolha de Diogo Fernandes. O jovem natural de Aveiro chegou à cidade mais alta, a sua segunda opção de formação, para estudar Engenharia Informática. A primeira escolha era Coimbra, contudo afirma estar «contente» com esta colocação. «Na verdade era o que eu esperava», declara o caloiro, que também vai candidatar-se a um lugar nas residências do Politécnico, onde pretende viver nos próximos três anos.