Uma sondagem da Pitagórica para o “Jornal de Notícias”, divulgada este sábado, conclui que a maioria do país quer a regionalização e que só Lisboa está contra a criação de regiões administrativas.
Segundo o diário, dois terços dos inquiridos consideram que o poder e as decisões estão concentrados na capital e, dividido o país em Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve, só Lisboa é maioritariamente contra a regionalização. Na capital, o “não” às regiões (48 por cento) ganha ao “sim” (40 por cento) enquanto os principais adeptos da causa regionalista se encontram, por esta ordem, no Algarve (55 por cento a favor e 35 por cento contra) e no Norte (54 por cento a favor e 37 por centro contra).
A explicar esta discrepância surge a resposta a outra pergunta: até que ponto as decisões e os poderes estão concentrados em Lisboa? Cerca de dois terços dos inquiridos (65 por cento) respondem que está «praticamente tudo» ou «demasiado». Mas para os habitantes da região de Lisboa, a perceção é diferente, já que respondem maioritariamente que não e só 49 por cento partilham a crítica à concentração dos poderes na capital.
A sondagem mostra ainda que nos cinco grupos inquiridos todos rejeitam maioritariamente a ideia de que a regionalização «só trará custos para o país» e «nada de bom» para as populações. Os inquiridos do Norte (61 por cento) e Algarve (60 por cento) são os que mais discordam daquela visão, com os lisboetas (56 por cento) a recusarem também que o processo traga prejuízos.
Consensual é também a obrigatoriedade de realizar um referendo antes de qualquer decisão sobre regionalização, uma opinião partilhada por 56 por cento dos inquiridos nas cinco regiões escolhidas e também entre todos os partidos. No entanto, 40 por cento de inquiridos no PS considerou que seria suficiente uma decisão do Parlamento. Quando questionados sobre que áreas gostariam de ver delegadas para as competências de um governo regional, a maioria dos inquiridos coloca os transportes públicos no topo da lista.
Esta sondagem da Pitagórica implicou a seleção de uma amostra de dimensão superior à habitual. Teve mais de 1.500 inquéritos a nível nacional, para que houvesse um mínimo de 300 em cada região.