Região

Governo vai instalar “data center” em Seia e transformar Vilar Formoso na «sala de visitas» de Portugal

Escrito por Luís Martins

Ministro Adjunto e da Economia veio à região dizer que o país tem de aproveitar «todo o potencial» do território

Seia vai acolher o “data center” que albergará os “backups” – a cópia de segurança – da rede informática do Governo e Vilar Formoso será transformada na «sala de visitas» de Portugal, de acordo com os protocolos assinados, na quinta-feira, em Almeida. A cerimónia foi apadrinhada pelo ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, e pela secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.
No primeiro caso, o acordo envolve a autarquia serrana e o Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (CEGER) com vista à criação e instalação de infraestruturas para alojar a cópia de segurança da rede informática do Governo. O centro a criar em Seia será uma réplica da estrutura original, «com informação relevante e atualizada, capaz de responder em cenários de catástrofe». A médio prazo, o objetivo é proceder à «deslocalização progressiva de infraestruturas de “backoffice”, de momento instaladas na sua totalidade em Lisboa, cumprindo objetivos de segurança e utilização racional de espaços», admitiu o diretor do CEGER, Tito Vieira, citado pelo município de Seia. Para o autarca local, o socialista Carlos Filipe Camelo, este projeto é «um selo de capacitação do território» que pode «alavancar outros investimentos de base tecnológica».
Por sua vez, o ministro justificou a escolha de Seia para instalar este serviço por ser uma cidade situada em territórios de baixa densidade, uma vez que a coesão territorial é «uma das prioridades» do programa de Governo. Além disso, «existem excelentes condições e de capacitação das pessoas para este projeto», com Pedro Siza Vieira a acrescentar que é com «exemplos como este que se mostra que no interior existem oportunidades de vida e de trabalho». Quanto a Vilar Formoso, o protocolo de cooperação para a execução do Projeto Integrado de Intervenção – Reabilitação e Revitalização da Zona de Fronteira envolve a autarquia de Almeida, a Infraestruturas de Portugal e o Turismo de Portugal. O objetivo é aproveitar a conclusão da autoestrada A25 e a sua ligação à espanhola A62 para dinamizar a vila fronteiriça e evitar o “efeito túnel” da nova via, que afastará o tráfego da vila.
«Vamos estudar a melhor forma de fazer parar os milhões de pessoas que passam por Vilar Formoso todos os anos», disse Pedro Siza Vieira. Uma das soluções será a instalação de um posto de turismo «nunca antes visto» que mostrará «tudo aquilo que o país tem para oferecer, será a sala de visitas de Portugal», exemplificou o governante. Outra intervenção prevista é a requalificação do parque TIR, bem como a criação de uma área de serviços e comércio servida por infraestruturas rodoviárias e tecnológicas «de qualidade». De acordo com o ministro, é preciso criar «as condições para gerar atividade económica, empregos e mais prosperidade para a população local», pois o país tem de aproveitar «todo o potencial» do território para prosseguir a trajetória de crescimento económico verificado nos últimos anos.
Aos jornalistas, Pedro Siza Vieira disse esperar que alguns destes projetos possam estar prontos quando a ligação das duas autoestradas se concretizar. Orçada em 13,2 milhões de euros, a empreitada foi consignada em maio último e o Governo estima que esteja concluída em agosto de 2020.

Sobre o autor

Luís Martins

Leave a Reply