Sociedade

CIMBSE adota plano de adaptação às alterações climáticas

Escrito por Luís Martins

Documento vai capacitar o território das Beiras e Serra da Estrela para responder aos impactos das mudanças climáticas propondo ações de mitigação dos seus efeitos

A região das Beiras e Serra da Estrela vai ser afetada pela redução da chuva, pelo aumento da temperatura média anual e estará cada vez mais sujeita a ondas de calor e a eventos de precipitação intensa. O cenário foi partilhado pelo presidente da Comunidade Intermunicipal na apresentação do Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas (PIAAC) na segunda-feira, no IPG.
«São projeções, mas é chegado o momento de agir de uma forma estruturada e célere às mudanças que aí veem e de colocar este tema na agenda pública», disse Carlos Filipe Camelo, segundo o qual as alterações climáticas são «uma das maiores ameaças sociais, económicas e ambientais» que enfrentamos». Nesse sentido, o plano vai capacitar o território da CIMBSE para responder aos seus impactos propondo ações de mitigação dos seus efeitos e estabelece um roteiro estratégico que facilita a adaptação da região aos riscos climáticos. O PIAAC tem como objetivos principais conhecer e caracterizar; possibilitar a redução da vulnerabilidade e aumentar a capacidade de resposta do território; informar, participar, sensibilizar e divulgar; e cooperar a nível nacional e internacional. Já os desafios são, entre outros, «integrar a adaptação às alterações climáticas nos processos de planeamento e decisão», «sensibilizar os agentes locais» e «aumentar a capacidade de incorporação de medidas de adaptação e mitigação nos instrumentos de planeamento».
Segundo Elsa Nunes, da equipa que elaborou o documento, a saúde e segurança das pessoas e bens, transportes, infraestruturas e energia, governação e ordenamento do território, agricultura, florestas, recursos hídricos e biodiversidade são os setores mais vulneráveis às alterações climáticas. Entre as medidas propostas para adaptar o território da CIMBSE às alterações climáticas estão a melhoria do uso eficiente de água e a redução de desperdícios, bem como aumentar o aproveitamento das águas pluviais em zonas urbanas. Sugere-se também a criação de alternativas complementares de armazenamento de água e a possibilidade de utilizar águas residuais para usos compatíveis com a sua qualidade. Elaborado no âmbito de uma candidatura ao POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, o PIAAC é «um plano dinâmico e aberto a sugestões e melhorias» por parte dos responsáveis e instituições regionais, salientou António Ruas, secretário executivo da CIMBSE.
Uma colaboração já aceite pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG), cujo presidente Joaquim Brigas manifestou «inteira disponibilidade» em participar na «aplicação, desenvolvimento e atualização» do plano nos próximos anos. Presente na sessão de encerramento, o secretário de Estado do Ambiente considerou que «este é o tempo de colocar no terreno ações concretas de resposta às alterações climáticas, construídas numa lógica preventiva, e não de mera resposta à emergência». João Ataíde acrescentou que «é também o tempo de fomentar o envolvimento das várias partes com intervenção no território» e de apostar na educação e sensibilização ambiental para as alterações climáticas. Com sede na Guarda, a CIMBSE é constituída por 15 municípios: 12 do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e três do distrito de Castelo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão).

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Luís Martins

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