Desde o início do ano a Guarda registou 165 nascimentos num total de 20.364 a nível nacional, sendo o distrito que apresenta o valor mais baixo do país. Portalegre teve 168 nascimentos e Bragança 169. O distrito de Castelo Branco teve um total de 197 recém-nascidos durante o mesmo período.
Os dados são do programa coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que é responsável pela realização dos diagnósticos precoces – também chamados “testes do pezinho” – feitos através da Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana daquele instituto. «O “teste do pezinho” não é obrigatório, pelo que pode sempre haver mais nascimentos do que testes, ou até mesmo o contrário (devido a fatores como a altura da colheita não ser coincidente com o nascimento e a algum atraso no envio pelo correio), mas não deixa de ser um indicador relativo à natalidade em Portugal, tendo em conta a taxa de cobertura de quase 100 por cento deste programa», adianta o responsável de comunicação do INSA, Nuno Crespo.
Os distritos que apresentam um maior registo de bebés testados, no primeiro trimestre, são Lisboa com 6.419, Porto (3.814), Setúbal (1.596), Braga (1.562), Aveiro (1.091) e Faro (1.082). De acordo com os registos relativos à realização do teste, a Guarda teve um total de 66 nascimentos em janeiro, 43 em fevereiro e 56 em março. Em 2018, o número de bebés a nascer na Guarda nos primeiros três meses do ano era de 181, tendo o ano terminado com num total de 770. Da análise dos dados relativos ao número de diagnósticos precoces feitos no distrito da Guarda nos últimos sete anos é visível uma queda gradual do número de nascimentos. Em 2012, último ano em que foi alcançado o maior número de recém-nascidos no país, o distrito registava 203 bebés no primeiro trimestre, tendo atingido um total de 836 crianças a nascer nesse ano. Desde então, a Guarda tem registado números gradualmente inferiores, com exceção de 2014 (ver quadro).
Castelo Branco, por sua vez, apresenta números mais estáveis, e, apesar do decréscimo sofrido entre 2012 e 2014, mostra um aumento do número de bebés analisados, o que revela uma subida ligeira dos nascimentos ao longo dos últimos três anos. O “teste do pezinho” é efetuado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido. São recolhidas gotículas de sangue do pé da criança, que permitem analisar a presença de 26 doenças, 25 das quais de origem genética. Este rastreio permite, assim, identificar várias doenças em idade precoce, possibilitando o tratamento atempado das mesmas.
Há oito freguesias onde não nascem bebés há cinco anos
São ao todo 28 as freguesias em Portugal onde não nascem bebés há pelo menos cinco anos.
Na Guarda, esta situação verifica-se em oito freguesias, distribuídas por cinco concelhos. A freguesia de Custóias, em Vila Nova de Foz Côa, Cortiçada e Forninhos, ambas pertencentes a Aguiar da Beira, e Aldeia Viçosa, na Guarda. Sem qualquer nascimento estão também as freguesias de Freixo, União de Freguesias de Castelo Mendo, Ade, Monteperobolso e Mesquitela e União de Freguesias de Miuzela e Porto de Ovelha, todas localizadas no município de Almeida. Nesta lista divulgada pelo jornal “Público” inclui-se ainda a freguesia de Cótimos, em Trancoso.
No resto do país, as restantes localidades estão incluídas nos distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Castelo Branco, Portalegre e duas freguesias localizadas em Lajes das Flores, nos Açores.Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelou na passada segunda-feira as “Estatísticas Vitais”, informação relativa aos nascimentos em Portugal. De acordo com esta fonte, o número global de nascimentos em Portugal aumentou 1 por cento entre 2017 e 2018, apesar do decréscimo nas regiões do interior. Ao todo foram 87.020 bebés, mais 866 do que em 2017. O documento revela ainda que o número de mães a ter bebés após os 35 anos é cada vez maior, tendo passado de 21,8 por cento em 2010 para 32,8 por cento em 2018, sendo esta a faixa etária onde se verificou um maior aumento de nascimentos.