Quinta das Senhoras é o melhor pequeno produtor mundial de vinhos

A Quinta das Senhoras, produtora de vinhos em Marialva, no concelho de Mêda, foi eleita a melhor do mundo na categoria reservada aos vitivinicultores até 20 hectares no “Golden Globe 2018”, que distingue os melhores produtores de vinho de cada ano.
Estiveram a concurso mais de 6.700 candidatos oriundos de 35 países dos cinco continentes, tendo sido provados mais de 18 mil vinhos. Para Rafael Roque, um dos atuais administradores da empresa, «este é um reconhecimento de todo o trabalho feito ao longo destes anos, que sempre se baseou numa aposta de qualidade suprema. Apesar da nossa dedicação, não estávamos de todo à espera de receber esta tão grande distinção. Este é o prémio máximo da nossa indústria e que pode ser equiparado aos Oscars da classificação de vinhos». A nomeação para este prémio foi revelada em dezembro do ano passado pela organização das provas, a “Wine Trophy”, que pertence à grande especialista em classificação de vinhos, a alemã Deutsche Wein Marketing, que se tornou selo de qualidade na indústria. Os seus troféus, que possuem a chancela da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), incluem o Portugal Wine Trophy, Berliner Wein Trophy e Asia Wine Trophy, concursos onde a Quinta das Senhoras foi também distinguida com medalhas de ouro no ano de 2018 (vinho tinto Quinta das Senhoras DOC 2014 no Portugal Wine Trophy e tinto Quinta das Senhoras DOC 2013 no Berliner Wine Trophy).
«Arriscámos no concurso sem garantias do que esperar, pois neste tipo de competições nunca se sabe o que podemos obter. Há marcas que nem chegam a divulgar a sua participação por não conseguirem obter uma classificação satisfatória», acrescenta Rafael Roque. «Após ganharmos as medalhas de ouro passámos para a categoria “Golden Globe”, onde são escolhidos os melhores entre os melhores. Ganhar o prémio de melhor produtor do mundo é quase como jogar a final da Liga dos Campões e vencer», regozija-se o produtor. Além destes prémios, a empresa de Marialva já tinha obtido a medalha de prata no último Concurso de Vinhos da Beira com o vinho Quinta das Senhoras DOC 2013. Mas há mais. A Quinta das Senhoras foi também galardoada no Concurso de Vinhos Portuguesas de 2016 e no Concurso da Beira Interior de 2017, tendo sido distinguida nesse ano com o prémio “Escolha de Imprensa 2017” na categoria de vinho tinto, atribuído pela revista da especialidade “Grandes Escolhas” ao tinto Quinta das Senhoras DOC 2013.
Os seus vinhos foram ainda classificados com altas pontuações em concursos internacionais realizados em Salamanca (Espanha) e em Bordéus (França), onde o melhor “sommelier” do mundo, Andreas Larson, atribuiu, em provas cegas, pontuações entre os 90 e os 93 pontos a todos os vinhos da produtora de Marialva. A vinha com mais de 150 anos de história possui 11 hectares e produz quase 10 mil garrafas por ano, volume de produção que será mantido, assegura Rafael Roque. «Não vamos deixar de apostar na qualidade do nosso produto depois de ganhar este prémio. A nossa preocupação sempre foi e continuará a ser a qualidade oferecida ao consumidor final. Por essa razão nunca iremos produzir um maior volume. Preferimos antes manter e continuar a trabalhar para produzir o melhor», afirma o responsável.
Na família há 5 gerações, a Quinta das Senhoras adotou o nome em homenagem às várias mulheres que geriram o negócio. Fundada no século XIX por Dª Carolina, «emigrante no Brasil, que, no seu regresso, comprou e trabalhou as terras», a sociedade teve à sua frente mulheres nas três gerações seguintes. Outra característica diferenciadora é que o vinho da Quinta das Senhoras «obedece a uma produção em modo biológico, sem qualquer espécie de adição de produtos ou substâncias fito-farmacêuticas, sendo as uvas vindimadas, em setembro, com fermentação espontânea e envolvimento manual, em lagares de pedra tradicionais, durante sete dias, seguida de prensa manual com estrutura de madeira.», de acordo com a produtora.
Além de Helder Roque participam na administração da empresa Helder Roque (pai de Rafael) e seus irmãos Cláudio e Sara Roque, que constituem a quinta geração da família.