1. O PSD-Guarda chega sempre atrasado aos problemas e lida muito mal com as soluções.
Agora tem a ver com a redução das tarifas dos transportes públicos, a reboque da reação de Rui Rio, amedrontado com o êxito da medida nas áreas metropolitanas. A única forma de a atacar é dizer que descriminava o resto do país, o interior em particular, o que é absolutamente falso.
Sobre este programa de apoio à redução tarifária nos transportes públicos o PSD-Guarda tinha obrigação de saber que a nossa região, a CIM Beiras e Serra da Estrela, está incluída e representa um investimento total na redução dos custos dos transportes superior aos 545 mil euros dos quais 500 mil são financiados diretamente via Orçamento de Estado.
Para a região da Guarda as principais medidas são: redução de 30% em todos os passes; redução de 40% nos passes dos transportes urbanos, nas cidades da Guarda, Covilhã, Seia e Gouveia, em cuja área urbana operam, mas também a mesma redução de 40% nos bilhetes de transporte flexível; finalmente redução de 20% nos passes ferroviários.
Como ficou demonstrado, o programa de apoio à redução tarifária nos transportes públicos é uma medida de largo alcance social com aplicação na Guarda e em todo o território nacional.
Quanto à redução do custo das portagens na A23 e A25, era bom que da nova posição do PSD-Guarda resultasse tão só um pouco mais de coerência e transmitissem aos senhores deputados na Assembleia da República que votem de acordo com a defesa dos interesses da economia e das gentes da Guarda, precisamente o contrário do que aconteceu até agora.
2. Gerir uma carreira implica engenho, ter mestria na arte da conquista e na preservação do poder, estar sempre do lado certo da feição dos ventos e planear oportunidades.
Para muitos, os afetos contam pouco. A política é feita de momentos.
Ser presidente da Câmara e querer ser eleito deputado ao Parlamento Europeu e ir para Estrasburgo ou Bruxelas, não passam disso mesmo, momentos.
Um autarca vai embora? Sim, talvez… Que as eleições são só a 26 de maio e – não vá o diabo tecê-las… – renunciar ao mandato da Câmara só mais tarde.
A Guarda merecia isto?
Mas é ou não verdade que, na Guarda, já todos sabíamos que tínhamos um presidente a prazo, que sempre alimentou (ou pelo menos nunca os desmentia) tabus, como a Câmara de Coimbra e outras que tais, sobre o seu futuro político?
Dúvida permanente, este “só estou bem onde não estou”, que até dava jeito na construção de uma certa auréola de messianismo…
Deixar o mandato de presidente da Câmara a meio é romper um compromisso, rasgar o contrato com o povo que em nós confiou.
A política é feita de momentos. Por isso, em democracia há sempre alternativas.
Por muito respeito que nos mereça, o Dr. Álvaro Amaro não é a Guarda.
Há muito mais Guarda para lá de Álvaro Amaro.
* Deputado do PS na Assembleia da República eleito pelo círculo da Guarda e antigo Governador Civil da Guarda