O mês de Agosto, período de férias por excelência, trouxe à Guarda visitantes das mais diversas origens. Segundo o posto de turismo local, a cidade recebeu a visita de, pelo menos, 1.441 estrangeiros. O que representa um aumento de cerca de dez por cento comparativamente a igual período do ano anterior. Já em relação a visitantes nacionais, 1.237 compatriotas passaram pelo posto de turismo quando, no Verão de 2003, tinham solicitado informações 1.044 turistas portugueses. Assim sendo, o posto foi procurado no mês de Agosto por 2.678 turistas, mais 279 que em 2003, dado que pode significar ainda um crescimento do número de visitantes à Guarda.
Pese embora não haja dados concretos sobre o número de turistas que por aqui passaram neste período estival, há alguns indicadores que apontam para esse aumento comparativamente ao ano anterior. É caso dos visitantes registados no Museu da Guarda. Como “O Interior” noticiou na última edição, a instituição foi procurada por cerca de 1.200 pessoas, quase o dobro do número registado no mês homólogo do ano passado. Dulce Helena Borges, directora do Museu, considera haver um conjunto de factores que ajudara a este crescimento de visitantes, como o Euro 2004 e o «esforço» por parte do Instituto Português dos Museus e dos próprios museus, que «deu e vai continuar a dar frutos», garante a responsável. Para além disso, houve também o tempo instável, mais convidativo para ir ver monumentos e museus do que para as praias.
Um Agosto com mais turistas foi para a hotelaria e restauração motivo de regozijo. A crise não acabou, mas, para muitos empresários do sector, este Verão deixa bons indicadores.
Apesar de não possuir termos de comparação com anos anteriores, Jorge Pires, director do Lusitânia Parque, a mais recente unidade hoteleira da Guarda, considera que o balanço foi muito bom. «Tivemos muitos turistas, principalmente ingleses e holandeses, que foram os principais responsáveis pelo sucesso deste primeiro Verão do nosso hotel», afiança o gestor. Já no sector da restauração existem as mais diversas opiniões. Alguns dos empresários contactados por “O Interior” manifestaram a sua desolação por não terem tido «mais movimento», mas a maioria considerou que «este foi um bom Agosto». Valentim Nunes, um dos proprietários do restaurante “Ferrinho”, no centro histórico, faz parte dos pessimistas. «Este ano houve menos turistas», garante, admitindo que a «instabilidade económica sentiu-se», já que recebeu menos alemães e ingleses que o normal. Em contrapartida, terá recebido mais espanhóis e franceses e também alguns italianos. «São fluxos que não se entendem», lamenta-se. Também José Castanheira, do restaurante “Belo Horizonte”, diz que houve menos turistas do que no ano passado. Na sua opinião, este ano houve «muito menos» franceses a visitar a Guarda, até porque há um ano «tínhamos a sala sempre cheia deles e desta vez quase que não apareceram», estranha. Contrastando este pessimismo, Ismael Carlos, do restaurante “Monteneve”, considera que este ano se notaram mais estrangeiros na cidade. Sobretudo espanhóis: «O que mais pediam era a comida tradicional», refere. Já Delfim Perdigão, do restaurante “Floresta”, disse fazer um balanço «muito positivo» de Agosto depois de um mês de Julho «muito fraco».
Patrícia Correia