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Mais parquímetros na Guarda

Comerciantes reivindicam mais estacionamento pago na cidade

As dificuldades de estacionamento no centro da Guarda levaram um conjunto de comerciantes a entregar, na semana passada, um abaixo-assinado à autarquia onde sugerem que o estacionamento no Largo de São João seja pago, a exemplo do que sucede em diversas artérias da cidade. «A nossa proposta é que se criem mais zonas de estacionamento pago», explica António Esteves, primeiro subscritor do documento e um dos comerciantes que mais entusiasmo mostra na defesa da «gestão» destas zonas de estacionamento. E a Câmara já está a estudar o assunto.

Para aquele comerciante do Largo de São João, popularmente conhecido como Largo do Cinema, «as dificuldades em estacionar nesta zona levou-nos a fazer esta proposta à autarquia para ajudar a que haja estacionamentos para os nossos clientes», sustenta, sublinhando mesmo ser essa «a única forma de educar as pessoas» em relação ao estacionamento e uma «mais-valia para os clientes e, por conseqüência, para todo o comércio». O abaixo-assinado que exige parquímetros foi subscrito por trinta comerciantes daquele largo e da Rua Mouzinho da Silveira, que vêem com bons olhos o pagamento do estacionamento nessas zonas da cidade. Já a Associação Comercial da Guarda colaborou «logisticamente» nesta sugestão à autarquia. Contudo, a ideia não é do agrado de todos os lojistas da vizinhança e alguns já manifestaram o seu desagrado pela posição dos colegas. Olga Martins, com estabelecimento no Centro Comercial Garden, considera que a medida tem «prós e contras», mas que será «muito dispendioso pagar para deixar aqui o meu carro o dia todo», pois não tem alternativas. Por outro lado, sugere a criação de um parque de estacionamento «igual ao que existe na cave do centro comercial [e que chegou a estar aberto, mas com exploração privada], mas com gestão da Câmara para ter taxas acessíveis», diz.

Leonilde Gonçalves, do quiosque São João, também segue este diapasão de discordância em relação aos parquímetros e afirma que «há outras soluções». Já Alípio Pereira, proprietário de uma loja no largo, reclama um parque subterrâneo, «pois o que ganhamos não dá para pagar o estacionamento dos parquímetros», garante. Perante as diferenças de opinião entre o grupo de pouco mais de 30 comerciantes que subscreveram o abaixo-assinado e aqueles que se opõem aos parquímetros, a Câmara da Guarda pondera a possibilidade de aumentar a zona de estacionamento controlado. Esmeraldo Carvalhinho, responsável pelo pelouro do trânsito, esclarece haver já um estudo «que aponta para a opção pelo estacionamento pago no Largo São João». O vereador admite que é preciso criar «mais espaços de curta duração» no centro da cidade para servir não só os comerciantes, mas também quem tem que se deslocar para lá. «Até porque os novos estacionamentos criados na periferia continuam vazios durante grande parte do dia, como acontece na Avenida Monsenhor Mendes do Carmo onde há dezenas de lugares que não são aproveitados», lamenta, anunciando que a autarquia está a estudar «seriamente» a possibilidade de criar mais estacionamento pago na cidade, medida que deverá ser implementada brevemente.

Patrícia Correia

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