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Transportadoras da Beira Interior em dificuldades

Aumento dos combustíveis está a levar algumas empresas à «ruína»

A crise vivida pelas transportadoras nacionais com o excessivo aumento dos combustíveis não está a ser indiferente aos camionistas da Beira Interior, que alegam ter «dificuldades de sobrevivência».

Artur Gaiola, da “Artur Gaiola – Transportadora Unipessoal Lda” confessou a “O Interior” estar a sentir «bastantes dificuldades» com o aumento dos combustíveis, situação que «está a levar a empresa à ruína». A transportadora de mercadorias, mudanças e distribuição porta a porta na Covilhã e no Fundão, que existe há cinco anos com cinco trabalhadores, «corre o risco de fechar» se não forem tomadas medidas urgentes pelo Governo, principalmente para as empresas sedeadas no interior do país, alerta o empresário, tendo em conta que não há possibilidade de «aumentar os preços» pelos serviços por causa da «concorrência desleal de algumas empresas» que fazem transporte e distribuição sem estarem legalizadas para o efeito. «Se aumentarmos os preços, corremos o risco de perder os clientes», diz. Para Artur Gaiola, peca ainda o facto da Covilhã «não ter nenhum posto de abastecimento com descontos para as transportadoras», à semelhança do que acontece nos postos de Celorico da Beira. Uma medida que, no seu entender, seria positiva para as empresas transportadoras da “cidade neve”.

Já Frederico Jacob, da “Transportes Jacob e Filhos, Lda”, considera que a solução para vencer a crise é a «criação de um combustível próprio para as transportadoras, mais barato», o que iria permitir ainda, no seu entender, «que as empresas nacionais ficassem mais competitivas». Esta empresa de pequena dimensão, com apenas quatro trabalhadores, trabalha quase «exclusivamente para a Cimpor» pelo que não há qualquer possibilidade de aumentar os preços. Uma medida que está também descartada por existir «muita concorrência» no sector, o que obriga as empresas a terem que «baixar» os preços do serviço prestado. «Já estamos numa época de crise e agora torna-se mais complicado», completa, para quem «o aumento dos combustíveis prejudica principalmente as empresas do centro do país».

Também no distrito da Guarda, as empresas transportadoras estão a passar por dificuldades. Joaquim Vilar, gerente da “Palegessos” e dos “Transportes Joaquim Vilar, Lda”, do Sabugal, alerta que «se não rectificarem os aumentos, vamos ter que parar», confessa. Em relação a Janeiro deste ano, «estamos a pagar quase mais 25 mil euros em gasóleo», já que os 24 camiões de longo curso da empresa consomem, em média, cerca de 170 mil litros de combustível por mês, afiança o empresário. «Ou tomam medidas para parar com os aumentos ou tenho que parar porque eu não tenho 25 mil euros de lucro», alerta. Ao avançar-se com a liberalização dos preços, «qualquer burro já sabia o que ia acontecer», contesta. Até porque «não podemos pensar em aumentar os preços», já que os clientes «”matam-nos”», se isso viesse a suceder. Caso os aumentos continuem a suceder, a empresa do Sabugal terá que despedir pessoal, lamenta. Recorde-se que na semana passada, cerca de 60 camiões, a grande maioria pertencentes a empresas transportadoras dos distritos de Aveiro, Guarda e Viseu, percorreram, na quarta-feira da semana passada o IP5, entre o Porto da Carne, Guarda, e Albergaria-a-Velha, em protesto contra os sucessivos aumentos do preço do gasóleo, provocando o caos no trânsito, uma medida com a qual Joaquim Vilar concorda «em absoluto».

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