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Comissão Fabriqueira tem que decidir futuro da Igreja da Estação este mês

Empresa adjudicatária da obra diz que não vai esperar «muito mais tempo» para se encontrar uma solução para o imbróglio que já se arrasta há três anos

O construtor a quem foi adjudicada a construção da Igreja da Estação (Covilhã), a empresa “Lambelho & Ramos”, apenas espera até ao final deste mês para que a solução para o imbróglio seja alcançada. «Não estou disposto a esperar muito mais tempo», asseverou a “O Interior” Rui Ramos, adiantando que «as coisas têm que ficar resolvidas até ao final de Setembro».

A tomada de posição do responsável pela construção da obra surge face à ausência de respostas da Comissão Fabriqueira, dona da obra, acerca do novo anteprojecto entregue pela Câmara da Covilhã e pela empresa “Lambelho & Ramos”, nos primeiros meses deste ano. Um anteprojecto que tinha como finalidade encontrar uma solução para decidir o futuro daquela estrutura, apelidada por muitos como mais um “elefante branco” a destoar a paisagem na zona da estação dos caminhos-de-ferro, para além de ser uma má imagem para os turistas que circulam no eixo TCT. «A nossa realidade é de dinâmica e não podemos estar ligados a projectos do passado que não se querem construir», justificou Rui Ramos, considerando ser insuportável manter esta situação por muito mais tempo.

O problema deverá agora prender-se com razões económico-financeiras. «Julgo que as coisas não foram muito bem acauteladas pela Comissão Fabriqueira, pelo que acho que a demora se prende apenas por razões económico-financeiras», disse a “O Interior” Rui Ramos, responsável pela empresa de construção civil. A nova Igreja da Estação, ambicionada há mais de 20 anos pelos fiéis daquela zona, deverá rondar o preço acordado inicialmente, ou seja, 1,37 milhões de euros, sendo que o valor poderá ainda ser um pouco mais elevado face à constante degradação dos pilares que suportam a estrutura do templo e do silo.

As obras para a Igreja da Estação encontram-se paradas na zona nova da cidade há quase três anos. Pararam em Abril de 2002, alegadamente devido a erros técnicos que impediram a junção entre os pilares que suportavam o silo e o templo, levando a igreja a ceder de um dos lados. Desde então, os covilhanenses assistiram apenas à degradação constante da estrutura, que já tem o silo subterrâneo construído e em fase de concurso público para a sua concessão e exploração. Para além do impacto negativo na paisagem, aquela situação constitui ainda um grave risco de segurança por causa da degradação e ferrugem dos pilares. Além disso, tem-se transformado constantemente num nicho de bicharadas e poluição.

A situação que tende a arrastar-se naquela zona, a alguns metros do novo Jardim do Lago, tem indignado a população e os moradores vizinhos, mas tem sido a CDU a mais contestatária. Os comunistas chegaram a atribuir, no ano passado, as culpas do impasse à autarquia covilhanense, pelo facto de não ter acatado a decisão do Tribunal de Contas, que chumbou a obra por ter sido adjudicada à empresa sem ter existido concurso público. Além deste problema, a CDU apontava ainda a falta de um estudo geológico ao terreno, imputando assim as responsabilidades à Câmara.

Contactado por “O Interior”, o representante da Comissão da Fábrica da Igreja, o Padre Rafael, preferiu não comentar a situação, e parco em palavras, apenas desabafou que as coisas estão «um bocado negras» e que «há muitas exigências». Já o presidente da Câmara, Carlos Pinto, apenas disse que «está tudo na mesma», sem entrar em mais pormenores.

Luis Martins

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