Com 730 anos de existência, a Feira de São Bartolomeu, criada pelo Rei D. Afonso III, inicia amanhã mais uma edição por Terras de Bandarra. Mas para Júlio Sarmento, presidente da Câmara de Trancoso, «as iniciativas não se fazem por serem tradição, mas porque são importantes para o concelho».
A histórica feira impõe-se com uma dinâmica sólida e mostra o dinamismo de Trancoso, revelando «cada vez mais profissionalismo», destaca o autarca, realçando a importância económica e social deste evento para a região. Todas as realizações de índole comercial e de serviços, como este certame, «servem um projecto de desenvolvimento do concelho», salienta Júlio Sarmento, o que se poderá reflectir em «mais gente na Aldeia Histórica e, talvez, na fixação dessas mesmas pessoas», espera, para além de reforçar a estrutura financeira do concelho. «Mas tudo isto integra uma estratégia», garante o edil, para quem a Feira de São Bartolomeu deu um «grande passo qualitativo» com a conclusão do Pavilhão Multiusos no ano passado. Uma qualidade que vai «continuar assegurada», reforça. Aquela infraestrutura, única no distrito, veio melhorar a oferta de equipamentos da vila, já que permite a concretização de dois tipos de iniciativas durante todo o ano. Uma que se destina ao comércio e aos serviços, através, nomeadamente, das feiras e outra reservada à parte lúdica, recreativa e desportiva, depois da remontagem do piso sintético. Uma dupla valência que tem aberto novas perspectivas a Trancoso, palco recente de alguns eventos desportivos de cariz nacional.
Numa altura em que se fala da elevação de vilas do interior a cidades, Júlio Sarmento acredita que Trancoso reúne «todas as condições» para entrar nessa corrida, dando só como exemplo o nível de equipamentos, o número populacional e a taxa de crescimento urbano. No entanto, o autarca diz que «há assuntos mais importantes», como o desenvolvimento e o bem-estar da população, que os «”fait-divers”» criados por alguns políticos do distrito. Por isso a autarquia aposta em novos equipamentos e depois da abertura do Auditório-Cinema de Trancoso, a autarquia pretende inaugurar no final de Setembro uma nova infraestrutura, cuja a «construção se atrasou», lamenta o autarca. Trata-se de um edifício cultural que vai acolher a Biblioteca Municipal, Mediateca, Ludoteca e um espaço destinado a exposições. «Só resta decidir quem vem inaugurar», adianta Júlio Sarmento, acrescentando ainda que o momento ficará também marcado por uma homenagem ao actor Jacinto Ramos, natural de Freches. Este equipamento vai contribuir para transformar a zona envolvente ao Convento dos Frades numa importante área de lazer e de promoção da cultura, podendo mesmo vir a ser um novo centro cívico de Trancoso. De resto, é intenção do município recuperar a casa antiga que está junto ao convento com o apoio do programa comunitário Interreg III, recentemente aprovado.
Misericórdia autorizada a reactivar unidade hospitalar
Esta candidatura para a requalificação dos centros históricos da região foi liderada por Trancoso e prevêem-se acções de intervenção urbana, restauração de monumentos e a concretização de uma diversificada rede de equipamentos e infraestruturas turísticas, históricas e de lazer. Os nove municípios candidatos vão beneficiar de um investimento total de cerca de cinco milhões de euros. «O que deverá dar cerca de 500 mil euros para cada município», estima Sarmento, ressalvando que tudo irá também depender da estratégia delineada por cada um. No caso de Trancoso, a intervenção será para completar a estrutura anexa ao Centro de Interpretação do Convento de Frades. Mas para além da Cultura, também na área da Saúde estão a ser dados passos «muito importantes», assegura o edil. Neste momento a Santa Casa da Misericórdia trancosense viu aprovada uma unidade de Fisioterapia e foi também autorizada a reactivar a sua unidade hospitalar. Contudo, são projectos cujos «”frutos” só serão colhidos nos próximos anos», espera o autarca, para quem o que importa é que «se faça algo pelo concelho». Assim, até ao final de 2006, Júlio Sarmento prevê que estejam concluídos um conjunto de investimentos actualmente em curso na vila e concelho, como o complexo de piscinas cobertas, os centros culturais em Vila Franca das Naves e Freches, as obras de expansão industrial, a variante Norte, acoplada ao IP2, entre outras. Mas há excepções. Segundo o edil, o concurso para lançamento das obras do IP2 só deverá acontecer no final do primeiro semestre de 2005, pelo que espera que a via venha a estar concluída em 2007.
