A feira de São Bartolomeu é uma das “velhas” feiras medievais que subsiste (a outra é a de São Mateus) e funciona como estandarte que tem contribuído para Trancoso se afirmar no panorama regional.
A “vila medieval” passa por um extraordinário período de pujança de que as festividades, a propósito da feira, são apenas mais um elemento e contributo. A recente feira “medieval” deu o mote para um Verão em grande e, se o clima o permitir, Trancoso será neste Agosto animado, a capital do lazer na região.
Trancoso apostou há alguns anos na recuperação do património histórico, na valorização da sua história, no equilíbrio do seu desenvolvimento. Hoje percebe-se a importância de tal decisão. Tranquilamente, e quase sem se dar por isso, vai-se transformando num dos poucos pólos de desenvolvimento do distrito da Guarda. Com uma escola profissional dinâmica; um pavilhão multiusos com o volume necessário; uma feira de gado única; uma zona de comércio tradicional de fazer inveja a muitos meios urbanos; algumas empresas e serviços que garantem a sustentabilidade da vila; …
A terra de Bandarra não vive às custas do passado.
Um passado brioso de que consta a batalha de São Marcos, em que os trancosenses expulsaram os castelhanos “a pão e laranjas” (no 25 de Abril de 1385) ou o casamento de D. Dinis…
Trancoso assume o seu papel de vila ambiciosa e afirmativa, orgulhosa da sua história, projectando o futuro. Enquanto outros querem a distinção de cidade sem nada fazerem por isso – e a única coisa que merecem é a chacota – Trancoso entrou para o programa das “Aldeias Históricas”. De “vila medieval” a aldeia histórica foi um grande passo. Os fundos deste programa irão permitir investir no centro histórico de Trancoso os euros que lhe têm faltado para melhorar a dignidade do seu património. Trancoso inscreve-se cada vez mais na rota do desenvolvimento. Como na Idade Média, também hoje esta é uma praça-forte da região.
LBM
Luís Baptista-Martins
