Mais uma vez, a “mítica” subida à Torre, na última sexta-feira, foi decisiva para se conhecer o vencedor de mais uma edição da Volta a Portugal em Bicicleta. Numa etapa-rainha que voltou a captar a atenção de muito público, foi David Arroyo (LA-Pecol) quem cortou a meta em primeiro lugar, mas foi o seu compatriota David Bernabéu (Milaneza-Maia) quem logrou vestir a camisola amarela, para não mais a largar, ao terminar na segunda posição a 15 segundos.
A prova viveu uma jornada marcada pelo “jogo” táctico entre as duas principais formações e os respectivos líderes. Na subida a Piornos, antes da Torre, e já após a Lagoa Comprida, Nuno Ribeiro resguardou-se na “sombra” de David Bernabéu que, por seu turno, parou vezes sem conta para “marcar” o vencedor da Volta a Portugal de 2003. No escalonamento das dificuldades, já só com a Torre pela frente, o lançamento de Rui Sousa foi fulcral para a estratégia da Milaneza-Maia que teve, a dada altura, em Rui Lavarinhas a sua única aposta à geral (Txema del Olmo “puxou” toda a subida). Sousa teve ordens da equipa para se atrasar e, posteriormente, desempenhar uma dupla função, a de ajudar Bernabéu na perseguição de Arroyo, entretanto escapado, e distanciar ainda mais Nuno Ribeiro, em dificuldades. Com o ataque de Arroyo a não ganhar mais de 15/17 segundos de avanço, Bernabéu concluiu a subida ao seu ritmo, em recuperação, num esforço nos últimos dois quilómetros que o levou à amarela. Antes, no dia anterior, Sérgio Paulinho (LA-Pecol) tinha sido o primeiro na chegada a Gouveia, uma proeza que repetiu no último dia no contra-relógio individual entre Oeiras e Sintra. Na segunda posição ficou Bernabéu, autor de uma curiosa façanha, a de vencer a Volta sem ganhar uma única etapa. Nos restantes lugares do pódio ficaram David Arroyo, primeiro ciclista a vencer na Sra. da Graça e na Torre na mesma Volta, e Nuno Ribeiro, ambos da LA-Pecol, que arrebatou três camisolas: a dos Pontos (Cândido Barbosa), Montanha e Juventude (Arroyo). Por equipas, triunfou a Milaneza-Maia.