Ao contrário do que António Caetano, presidente da Câmara de Celorico da Beira, afirmou a “O Interior” em Junho, Linhares da Beira não vai ser este ano o palco de mais uma edição do tradicional “Open” de Parapente do Inatel. Segundo o autarca, trata-se apenas de uma interrupção motivada pelas mudanças registadas a nível governamental e no próprio Inatel. Desta forma, em vez da habitual semana dedicada à competição, a Aldeia Histórica vai apenas receber durante o fim-de-semana o “meeting” de parapente do Inatel.
Para o edil celoricense, “open” e “meeting” acabam por ser a «mesma coisa», explicando que o principal motivo que impossibilitou a organização da 13ª edição da prova foi a «alternância de cadeiras» que se verificou, nomeadamente, no «Governo, presidência e delegação distrital do Inatel», diz. «Havia necessariamente que cumprir prazos» e todas aquelas mudanças terão levado a que a realização do “open” já não fosse possível em 2004. Contudo, Caetano afasta a ideia de que esta paragem possa significar o “fim” do “open”, garantindo que «nada põe em causa a sua realização no próximo ano», até porque existe uma vontade «inequívoca» por parte da Federação Portuguesa de Voo Livre de que tal venha a suceder, assevera. Para o autarca, este “meeting” vai servir de «ponto de reencontro» de muitos parapentistas com o local onde iniciaram a prática da modalidade. «O “meeting” vai permitir às pessoas reviverem os primeiros momentos em que voaram sob a asa do parapente e isso é uma sensação única», frisa. Não concorda por isso com a ideia de que o encontro terá menos importância que o “open”: «Pelo contrário, até poderá ter mais procura», acredita.
«A maior parte dos parapentistas faz este desporto por prazer e lazer e não tanto pela competição», considera, realçando as «condições únicas» que Linhares oferece para o parapente «em tranquilidade e segurança». Características que António Caetano acredita serem suficientes para trazer à Aldeia Histórica «muitos participantes» durante este fim-de-semana, «talvez até mais do que no “open”». De resto, o autarca de Celorico da Beira afasta a ideia de que a impossibilidade de organização do “Open” do Inatel esteja relacionada com toda a “celeuma” criada pelos problemas na aterragem dos pilotos e da saída de Vítor Baía da Escola de Parapente. «Não tem nada a ver com essa situação», assegura, criticando a atitude do actual director da Escola de Parapente da Serra da Estrela, em Manteigas. «Trata-se de um antigo funcionário do Inatel que quis, a todo o custo, despromover Linhares», acusa, lamentando que se tenha tentado construir outra estrutura «à custa de um local e de uma escola que deu nome a muitas pessoas», critica. Polémica à parte, o “meeting”, ou encontro de parapente do Inatel em Linhares da Beira, vai ter a coordenação técnica de Samuel Lopes. Para mais informações, os interessados deverão contactar a delegação da Guarda do Inatel através do telefone 271212730 ou pelo e-mail delguarda@inatel.pt. Recorde-se que no ano passado a 12ª edição do Open pontuou para o “ranking” mundial da Federação Aeronáutica Internacional (FAI), apresentando ainda a aliciante de, pela primeira vez, se disputar em paralelo com o Campeonato de Portugal da modalidade, que serviu para atribuir os títulos de campeão nacional masculino, feminino e esperança.
Ricardo Cordeiro