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Beralt Tin quer continuação das ajudas do Estado

Concessionária das Minas da Panasqueira quer apoio do Fundo de Garantia Salarial da Segurança Social até chegada da nova maquinaria

A direcção da Beralt Tin & Wolfram pretende prolongar até Novembro o Fundo de Garantia Salarial que tem suportado o salário dos mineiros desde Fevereiro passado e já solicitou a continuação deste apoio ao Governo. Dadas as dificuldades financeiras causadas pelo baixo preço do minério, a pouca procura do mercado e a incapacidade de investimentos para melhorar a competitividade, o Estado, através da Segurança Social, tem vindo a pagar aos trabalhadores nos últimos seis meses para que a concessionária das Minas da Panasqueira pudesse adquirir equipamento mais moderno para explorar novos filões e aumentar a produção.

No final de Janeiro, a Beralt Tin apenas conseguiu extrair 70 toneladas de minério e apresentou um prejuízo de 360 mil euros, o que levou a empresa a ponderar em Fevereiro passado a suspensão da laboração por não conseguir suportar os altos custos de produção. Seis meses após esse período negro, a administração conseguiu criar condições para aumentar a produção em Julho para as 141 toneladas, mesmo com maquinaria velha e deficitária, adianta o administrador da empresa, Fernando Vitorino, orgulhoso por terem «duplicado a produção» e terem aumentado para 260 o número de trabalhadores. «Não é fácil atingir as 141 toneladas com aquela maquinaria. Mas vamos fazer tudo para melhorar a produção e superar em Setembro as toneladas alcançadas», admitiu Fernando Vitorino. Uma proeza que já não se conseguia alcançar desde 1998. «O mercado reagiu bem e estamos no bom caminho», sustenta, considerando ter sido fundamental o «empenho» de todos os trabalhadores para a obtenção destes resultados. «Dada a situação em que estava a mina, esta tonelagem não passava pela cabeça de ninguém», desabafa.

Para Fernando Vitorino, «era bom» que o Estado prolongasse a ajuda financeira, que terminou em Julho, por mais alguns meses. É que apesar do preço do mercado estar a reagir positivamente, o administrador reconhece que será «um risco» manter ou superar a produção atingida no final do mês passado sem a maquinaria “low-profile” encomendada através de um sistema de “leasing”. Duas máquinas (uma carregadora e uma perfuradora) de dimensões reduzidas deverão chegar em Setembro ou Outubro, enquanto a terceira só é esperada para o final do ano. Trata-se de uma maquinaria «bastante sofisticada» que irá permitir a exploração de novos filões e a «redução do custo de produção», sublinha Fernando Vitorino. Contudo, o administrador conta iniciar em Setembro reuniões com o Sindicato dos Mineiros para abordarem os aumentos dos salários e subsídios dos trabalhadores. A reivindicação já é antiga e tem a ver com o aumento da produção, só que Fernando Vitorino espera que os trabalhadores se lembrem que a empresa «passou por uma crise difícil e que os preços do mercado ainda não permitem prometer certos valores».

Liliana Correia

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