A Comissão de Utentes Contra as Portagens no IP5 (futura A25) divulgou na passada sexta-feira, em Vilar Formoso, os montantes que os automobilistas poderão ter que pagar para circular naquela via caso o Governo decida avançar com as portagens. Num dia de grande fluxo rodoviário na fronteira, devido à entrada de emigrantes, os responsáveis daquele movimento entregaram aos condutores uma pequena tabela de preços, autocolantes para os camionistas e apelaram à subscrição do abaixo-assinado que está a circular na região desde Abril.
A estimativa de preços divulgada baseia-se na tabela que está em vigor na A1 e indica, por exemplo, que um automobilista que circule entre Aveiro e Vilar Formoso tenha que pagar 10 euros. Para um pesado de mercadorias, a mesma viagem custará 27,72 euros. Se o Governo concretizar a instalação de portagens na futura A25 também as deslocações locais ficarão muito mais caras. Um ligeiro poderá pagar 2,10 euros entre a Guarda e Vilar Formoso ou 4 euros na ligação Guarda-Viseu, enquanto que os mesmos percursos custarão 5,88 e 11,20 euros, respectivamente, para os camiões. Números que Francisco Almeida, um dos responsáveis da comissão, considera «extremamente prejudiciais para a vida das pessoas e a economia destes três distritos da região Centro», tanto mais que «não faz nenhum sentido, nem tem lógica, instalar portagens no IP5/A25 quando não há alternativas de circulação». Uma mensagem que teve algum efeito, como “O Interior” pôde presenciar, já que algumas dezenas de automobilistas pararam para assinar, com desabafos e protestos, o abaixo-assinado que esperam poder ser «eficaz» contra a intenção do Governo. A par desta iniciativa, a comissão entregou ainda autocolantes aos camionistas com a inscrição “Não às portagens no IP5” e a indicação do sítio da Internet www.contraportagens.com, para ser colocado na parte traseira dos veículos.
Francisco Almeida anunciou que este tipo de iniciativas vai continuar nas localidades situadas ao longo do IP5 e que a comissão já conseguiu angariar mais de 12 mil assinaturas contra as portagens. «É o triplo das necessárias para levar a Assembleia da República a debater uma petição, mas não vamos ficar por aqui e esperamos conseguir ainda mais apoio das autarquias, associações empresariais, culturais e sociais da região», disse aquele responsável. No abaixo-assinado pode ler-se que a introdução de portagens naquela estrada «é profundamente prejudicial e injusta para a economia e as populações dos distritos da Guarda, Viseu e Aveiro», uma vez que as estradas nacionais 16 e 17 não podem ser consideradas alternativas, porque estão «num permanente estado lastimável». O documento será entregue em Outubro na Assembleia da República e ao Governo.