A Câmara da Guarda e a ADM Estrela – Associação de Desenvolvimento e Melhoramentos avançaram na passada sexta-feira com a criação da “Rede Social” do concelho que tem como grande objectivo combater problemas de pobreza e exclusão social. Esta estrutura integra cerca de 40 entidades, entre instituições particulares sem fins lucrativos e organismos públicos, que vão unir esforços no sentido de realizar o diagnóstico social da Guarda para avançar posteriormente para a melhoria das condições de vida a todos os munícipes.
A “Rede Social” visa «congregar esforços, sinergias e competências de todas as instituições e entidades que têm abrangência na área social para assim capitalizar a competência de todas essas entidades na resolução do problema da luta contra a pobreza e a sua erradicação no concelho da Guarda», explica o vice-presidente da autarquia, Álvaro Guerreiro. As várias entidades que aderiram ao Conselho Local de Acção Social (CLAS) vão, cada uma, «dentro da sua própria área e competência, comungar o seu esforço com as outras para se conseguir uma majoração do resultado útil deste investimento», indica. O autarca considera ter sido dado na sexta-feira um «passo importantíssimo» com a criação do CLAS e do Núcleo Executivo da “Rede Social” – composto por Câmara da Guarda, ADM Estrela, Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social, Instituto de Emprego e Formação Profissional e a Junta de Freguesia da Benespera – que vai elaborar um «grande documento de trabalho», o plano de actuação que irá depois permitir a adopção das medidas correctas no âmbito deste projecto. Nesse sentido, o levantamento e o diagnóstico da pobreza no concelho são «pressupostos necessários» para o lançamento do trabalho desejado.
Por seu turno, José Gomes, presidente da ADM Estrela, ressalva que o programa da “Rede Social” tem «apenas como finalidade caracterizar, levantar e concluir sobre as necessidades, para que depois qualquer organização que queira intervir na área social disponha de elementos válidos para poder actuar». Assim sendo, o programa agora implementado não vai ele próprio fazer nada, mas apenas «diagnosticar e apontar» soluções: «A grande característica inovadora deste processo é a necessidade de se resolverem os problemas do ponto de vista social a uma só voz, numa solução única, integrada e em conjunto», realça aquele responsável. O diagnóstico a elaborar vai servir para definir quais são «efectivamente as prioridades e os objectivos principais» que, posteriormente à fase da “Rede Social”, têm que ser intervencionadas no concelho da Guarda», indica. À autarquia da Guarda cumpre a «representatividade institucional», enquanto a ADM Estrela está incumbida da «implantação no terreno», adianta Gomes.
Aquela associação de desenvolvimento dispõe de «técnicos adequados, dentro das áreas da sociologia e assistência social» que vão utilizar «formas próprias de desenvolver este tipo de trabalho», através de inquéritos ou acções junto das populações para poderem caracterizar o concelho. Este trabalho será desenvolvido nos próximos meses, sendo que a próxima reunião do CLAS está agendada para Outubro. Segundo a Resolução do Conselho de Ministros 197/97 de 18 de Novembro, a “Rede Social” é «um fórum de articulação e congregação de esforços que se baseia na adesão livre por parte das autarquias e das entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos que nela queiram participar». Entretanto, o CLAS de Manteigas já apresentou o diagnóstico social do concelho, que foi aprovado por unanimidade pelo plenário. Com base neste trabalho, vão ser tomadas opções estratégicas de acção que estarão patentes no Plano de Desenvolvimento Social. Trata-se de um documento que surge como complemento do diagnóstico social e enquanto instrumento catalizador de informação essencial para potenciar os recursos e dinâmicas «existentes, necessárias e fundamentais» ao desenvolvimento deste concelho serrano.
Ricardo Cordeiro