O Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) vai lançar «dentro dos próximos dias» o concurso público para a climatização dos Hospitais do Fundão e Pêro da Covilhã. Um investimento que ronda os cerca de 650 mil euros e que deverá estar pronto no Verão de 2005. Até lá, há que suportar, pelo menos até Setembro, o calor que se faz sentir nos corredores e salas daquelas unidades hospitalares, recorrendo a todos os «recursos disponíveis» e a «alguns “truques” de engenharia» para tornar o ambiente «o mais adequado possível» e evitar problemas de saúde relacionados com o calor, explica Miguel Castelo Branco, presidente do conselho de administração do CHCB.
«Nalguns casos utilizamos recursos como cortinas de água para, através da evaporação, o ar sair mais frio. Conseguimos ganhar alguns graus, mas infelizmente não é o suficiente para poder tornar o ar mais agradável», aponta. Abrir as janelas para refrescar o ar nas áreas da consulta externa, internamento, refeitórios, administração e serviços administrativos tem-se revelado claramente o pior remédio nos dias em que os termómetros atingem altas temperaturas e o ar se torna sufocante. No Centro Hospitalar da Cova da Beira o calor tem-se combatido com os estores semicerrados e ventoinhas, sendo que as áreas «mais carenciadas» são as do internamento e de consulta externa, refere, por serem «aquelas em que bate mais o sol». Apesar de ser uma estrutura com apenas cinco anos, só as áreas mais críticas – como o bloco operatório, unidade de cuidados intensivos, áreas da consulta e obstetrícia – foram construídas de raiz com ar condicionado. Nas restantes, foram instalados sistemas de ar forçado, «porque na altura entendeu-se que seria suficiente para esta região. O que se tem demonstrado claramente é que nos meses de Verão os sistemas de ar forçado não são suficientes para assegurar um ambiente adequado do hospital», justifica o presidente do CA.
Daí que as duas unidades do CHCB e os hospitais de Évora, Portalegre, Elvas, Faro e Barlavento Algarvio tenham sido contemplados com verbas específicas do Plano de Investimentos e Desenvolvimento das Despesas da Administração Central (PIDDAC) por estarem localizados em zonas sensíveis. As obras de climatização – cujo projecto começou a ser preparado no Outono passado – deveriam estar concluídas até 30 de Setembro próximo, mas a verdade é que os concursos para as empreitadas apenas começaram a ser lançados há uns meses atrás. No CHCB, o processo tem sido um «pouco difícil de concretizar» porque a elaboração do caderno de encargos tem sido um processo «muito complexo», adianta Miguel Castelo Branco, tendo em conta que o projecto a instalar nos dois hospitais prevê uma climatização em rede. O Pêro da Covilhã já foi construído com as condutas de ar, mas no Hospital do Fundão terão que ser agora criadas. «É importante que todas as condutas de ar tenham o tratamento devido nos filtros, protecção, natureza do ar, enfim, que seja uma instalação adequada ao ambiente», remata aquele responsável.
Liliana Correia